A cobertura cada vez mais ampla da vacinação, o que tem permitido o maior controle da pandemia de Covid-19, tem impactado de forma positiva na confiança do empresário industrial mineiro. Em dezembro, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) de Minas Gerais aumentou 1,1 ponto se comparado com novembro (55,6 pontos) e atingiu 56,7 pontos. A alta é considerada importante e veio após o indicador acumular recuo de 7,2 pontos nos três meses anteriores. Já em relação a dezembro de 2020 foi verificada queda de 5,9 pontos no Icei, que no 12º mês de 2020 registrava 62,6 pontos.
Em nível nacional, o Icei cresceu 0,7 ponto em relação a novembro (56 pontos) e alcançou 56,7 pontos, mostrando confiança dos empresários brasileiros pelo 17º mês consecutivo.
De acordo com a analista da gerência de Economia e Finanças Empresariais da Fiemg, Daniela Muniz, em dezembro, frente a novembro o avanço registrado na confiança dos empresários da indústria de Minas ocorreu pelo maior controle da pandemia de Covid-19, o que tem sido alcançado com o processo de vacinação. O resultado de dezembro mostrou industriais confiantes pelo 17º mês seguido.
“Depois de acumular queda de 7,2 pontos nos três meses anteriores, o Icei mostrou pequena recuperação em dezembro. O resultado mostra que os empresários estão há 17 meses seguidos confiantes, uma vez que o índice se mantém acima dos 50 pontos. Atribuímos isso à cobertura cada vez mais ampla da vacina contra o Covid-19, mostrando maior controle da crise sanitária”.
Já na comparação com igual mês de 2020, apesar do Icei ainda acima dos 50 pontos, foi verificada queda de 5,9 pontos frente a dezembro de 2020 (62,6 pontos), revelando que a confiança foi menos intensa e menos disseminada nessa base de comparação.
Daniela ressalta que é importante lembrar que em dezembro de 2020 a indústria mineira estava bastante aquecida. “O segundo semestre de 2020 foi muito aquecido para a indústria, resultado da rápida recuperação do setor após o período mais crítico da pandemia naquele ano”.
Apesar do Icei positivo, muitos são os desafios para os empresários da indústria mineira. A inflação elevada, o aumento das taxas de juros e o comprometimento do poder de compra das famílias são fatores que ainda interferem na confiança. Outro fator é a oferta restrita de diversos insumos, que ainda não foi normalizada e segue interferindo no desempenho da indústria.
Compondo o Icei, a avaliação dos empresários sobre as condições atuais registrou pequena queda ante novembro (50,1 pontos) e atingiu o patamar neutro do índice em dezembro (50 pontos). O indicador recuou expressivos 10,5 pontos na comparação com dezembro de 2020 (60,5 pontos), sendo o menor para o mês em cinco anos.
“No final de 2020, a expectativa dos empresários era de que os gargalos de insumos seriam resolvidos mais rapidamente e acabou não se materializando até hoje. Também tivemos novas variantes, o que interfere na confiança”.
Expectativas são melhores
Em relação às expectativas para os próximos seis meses, o componente cresceu 1,8 ponto em dezembro (60,1 pontos), ante novembro (58,3 pontos), e sinalizou perspectivas positivas dos empresários pela 18ª vez seguida.
Os industriais mostraram maior otimismo com relação às economias brasileira e mineira e aos seus negócios. Em contrapartida, na comparação com dezembro de 2020 (63,7 pontos), o índice recuou 3,6 pontos, sendo o mais baixo para o mês em quatro anos.
“Os industriais têm preocupação com a demanda uma vez que a inflação reduz a massa salarial das famílias, projetando o consumo para baixo. Os juros com tendência de alta trazem impactos, como a desaceleração das indústrias, principalmente de transformação, e dificulta os investimentos, pois o crédito fica mais caro”.
Fonte: Diário do Comércio