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Gestores precisam de preparo emocional

Gestores precisam de preparo emocional

25 de março de 2022 / Consultoria / por Comunicação Krypton BPO

O vertiginoso ciclo de digitalização dos negócios, da economia e da própria vida das pessoas nos últimos dois anos que não chegou ao fim. Se existe algo de certo para o futuro é que seremos todos cada vez mais tributários da tecnologia. Mas, talvez, justamente por isso, é que ela não lidera mais o ranking das “Tendências de gestão de pessoas”, divulgado anualmente pelo Great Place To Work (GPTW).

No relatório de 2022 da consultoria, a transformação digital, que era uma das principais preocupações das empresas, ocupando de 1º ao 4º lugar nos estudos anteriores, passou para a 9ª posição em 2022, com somente 16,5% das respostas.

Já o desenvolvimento/capacitação de lideranças com preparo técnico e emocional foi apontado por 42,6% das respostas como o principal foco para garantir a construção de ambientes de trabalho emocionalmente saudáveis e para o alcance de resultados estratégicos.

Em 2022 as organizações deverão investir fortemente na capacitação de líderes: 94,3% das pessoas responderam que suas empresas pretendem investir nesta preparação, sendo que 59,9% delas indicaram que essas ações devem acontecer no formato híbrido. Entre as características mais valorizadas nas lideranças aparecem “resiliência”, “alinhamento com a estratégia” e “empatia e gestão humanizada’’.

De acordo com a diretora de Conteúdo e Relações Institucionais do GPTW, Daniela Diniz, é importante ler os dados em uma perspectiva histórica e notar que, embora impactadas pela pandemia, a maioria das tendências já estava posta antes da tragédia causada pelo espalhamento do Sars-CoV-2.

“É importante repetir a pesquisa ao longo do tempo para ter esse olhar da evolução e da mudança. Vínhamos falando sobre a transformação digital como prioridade nos últimos quatro anos. Ela caiu para o nono lugar das prioridades, deixando de ser a protagonista, porque diante de tudo que vivemos, fomos obrigados a nos transformar. A liderança aparece, então, pela primeira vez, em primeiro lugar. Não está fácil para a liderança, independentemente do estrato, diante do cenário de falta de mão de obra, a pressão por resultados de curto prazo e pensamento de longo prazo, entre outros fatores. Essa questão da liderança humanizada já vem sendo trabalhada há muito tempo. A gestão ‘comando e controle’ tem que morrer. A pandemia escancarou isso. Devemos sair do massificado para o personalizado. É o líder e não o RH que faz isso”, explica Daniela Diniz.

Entre os legados da pandemia, está a preocupação com a saúde mental. 97,2% pessoas que responderam à pesquisa afirmaram que consideram a saúde mental um ponto relevante para a gestão de pessoas na empresa. Apesar dos avanços no tema causados pela pandemia, muitas mudanças ainda são necessárias para que as empresas se tornem, de fato, ambientes emocionalmente saudáveis. Um exemplo disso é que, em pesquisa realizada em 2021 em parceria do GPTW, Youleader, Jungle e Youclub, 64% das pessoas informaram que as empresas em que trabalham não oferecem benefícios de saúde mental para colaboradores.

Outro ponto fundamental apontado pela pesquisa é a qualidade da comunicação, que está intimamente ligada à qualidade da liderança. 49,2% das pessoas apontam a comunicação interna como um dos principais temas a serem trabalhados em 2022. A adoção dos formatos híbrido, remoto e flexível continua sendo um grande desafio para as empresas, que precisam encontrar as tecnologias adequadas para manter o fluxo de informações e encontrar os processos ideais para que todas as pessoas da equipe se sintam igualmente contempladas na troca de informações organizacionais. Dessa forma podem garantir o alinhamento, o senso de pertencimento e a manutenção da cultura organizacional entre todos.

Embora já frequentasse a pauta estratégica antes da Covid-19, somente 12,2% dos entrevistados responderam que a empresa em que atuam têm maturidade no tema “diversidade e inclusão” e contribui, de fato, para uma equidade de gênero, racial, geracional, do público LGBTQI+Q e outras minorias. Segundo a pesquisa, o grupo que recebe menos atenção é o de pessoas 50 +, revelando o chamado etarismo. Esse dado fica ainda mais evidente somado a avaliação dos dados da pesquisa do GPTW, que dá origem ao ranking das Melhores Empresas para Trabalhar no Brasil: apesar de 93% das empresas contar com alguém responsável por combater a discriminação e promover a diversidade, o menor avanço do tema está no geracional: apenas 3% a 4 % da força de trabalho está no 55 + e 12% entre 45 a 55 anos.

“Logo no início da pandemia as empresas assumiram um papel de hub seguro de informações quando tudo ainda estava muito nebuloso. Isso foi um passo muito positivo. O risco agora é de perder esse ganho. A comunicação tem que ser frequente, transparente e para todos. Sobre diversidade e inclusão devemos reconhecer ganhos históricos, mas ainda é pouco. Estamos mais estruturados para a pauta de gênero do que para as demais. O relatório mostra que diversidade está entre as prioridades, mas nunca tem força geral. Existem as empresas que estão levando a sério e as que apenas surfam a onda”, avalia a diretora de Conteúdo e Relações Institucionais do GPTW.

Fonte: Diário do Comércio

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