Se existe algo que é primordial para aqueles que desejam ter êxito na vida, seja no âmbito profissional, seja no pessoal, é se conhecer. Muitas vezes, somos ágeis em analisar os outros, mas será que conseguimos ter esse olhar para nós mesmos? Desenvolver o autoconhecimento é vital para lidar com todos os compromissos e desafios do dia a dia.

Saiba que identificar características fortes e pontos de melhoria é uma tarefa que requer bastante disposição e maturidade da nossa parte. No entanto, só assim teremos a oportunidade de ir além e aprimorar esse poderoso processo de autoconsciência, que pode nos proporcionar uma infinidade de benefícios.

Em empresas mais estratégicas, é muito comum os líderes solicitarem que seus liderados se autoavaliem. Isso pode ocorrer de forma mais sistemática ou periodicamente. O objetivo é que a pessoa mostre aos seus superiores que conhece seu potencial, tem um plano de futuro e sabe aonde quer chegar, além de estar ciente de quais habilidades poderão ser úteis para alcançar esses resultados e quais aspectos da sua performance precisam de um aperfeiçoamento.

Uma autoavaliação de desempenho bem feita deveria significar que o gestor está disposto a colaborar para o seu crescimento profissional, estipulando metas conjuntas de melhoria e até fornecendo subsídios para isso. Exemplo disso são treinamentos, aulas de idiomas ou ajuda de custo para cursos de extensão e pós-graduação. Mas tudo isso vai depender não apenas do orçamento da empresa, como da visão que a companhia tem sobre esse tipo de gestão. De qualquer forma, se você não estiver com suas necessidades bem mapeadas, te garanto que o caminho será mais árduo. Destaco, ainda, a importância do protagonismo, afinal, ninguém melhor do que você mesmo para direcionar a sua vida; não é verdade?

Em minha atuação como headhunter, o famoso “caça-talentos”, vejo, em diversos processos de seleção que conduzo, profissionais de níveis hierárquicos estratégicos literalmente travarem quando faço perguntas sobre como eles se percebem ou como são percebidos pelos seus líderes, pares e liderados. Então, ter clareza em relação a esse tema é essencial para qualquer profissional, independentemente do cargo que ocupa. Vale salientar que ninguém tem todas as competências e habilidades exigidas atualmente. Sempre seremos ótimos em determinadas questões e, em outras, precisaremos nos aprimorar, por meio de um processo qualificado de coaching ou mesmo mentoring.

Como seres imperfeitos que somos, os equívocos são recorrentes ao longo da nossa existência. Magoamos, ferimos, traímos, ofendemos, perdemos e até cometemos atos impensados, com consequências dolorosas. A vida tem dessas coisas. Mas, diariamente, somos convocados ao crescimento, por meio de diversas situações. As pessoas não são as mesmas de ontem nem serão as mesmas amanhã. Como tudo no mundo, estão em constante transformação. Aquele que diz que nunca vai mudar e que sempre será igual está equivocado e paralisado perante seu processo de evolução.

Sabe quem não erra? Quem não tenta. A melhor maneira de aprender é experimentando, sentindo na própria pele. Uma boa dica é reunir conhecimentos e observar os erros dos outros. Mas é comprovado que aprendemos melhor com nossos fracassos. Portanto, não seja duro demais com você mesmo e entenda que, se falhou, pelo menos você tem algo a assimilar com isso. Existe um clássico ditado popular que diz que “errar é humano”. De fato, essa é uma característica presente em qualquer pessoa e pode ser até considerada natural. Afinal, não somos perfeitos e não dominamos tudo; não é verdade?

A insistência em errar é que não pode ser um comportamento comum entre nós. Todos os indivíduos estão sujeitos a falhas, mas ninguém gosta de errar; não é mesmo? O que os diferencia é a forma como lidam com os acontecimentos e suas circunstâncias. No ambiente corporativo, superar os próprios erros é fundamental, pois o profissional tem que “levantar a cabeça” e corrigi-los. Para tanto, deve ter escuta ativa, aceitar críticas, compreender que se equivocou e promover a mudança, com maturidade emocional e, sobretudo, com empatia. Investir também um tempo para entender onde foi que você errou e o que o levou a isso é importante, pois, dessa forma, possivelmente, não irá errar novamente. Assim é a vida: um eterno aprendizado! E é exatamente errando e acertando que promovemos a tão falada inovação e melhoramos diariamente nosso autoconhecimento.

* Sobre o autor: CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent

Fonte: Diário do Comércio