Contratar e manter colaboradores de alto desempenho é fundamental para o sucesso da empresa. Contudo, a ciência mostra que sempre haverá uma diferença entre o que o colaborador sabe e o que realmente faz, isso independente do nível de conhecimento, inteligência ou experiência que a pessoa possui. Além disso, para conhecer as competências e tentar prever o desempenho dos colaboradores é necessário levar em consideração aspectos como: preferências, disposição e fatores emocionais.
Nesse sentindo, um cuidado que as empresas devem ter, principalmente no momento da contratação de um funcionário, está relacionado a diferenciar o potencial máximo de um colaborador, ou seja, o melhor que ele pode fazer quando está motivado, e o desempenho normal, que é o que o colaborador faz depois de contratado. Sabemos que há uma diferença de desempenho na fase inicial do emprego (seis primeiros meses) e no período de estabilidade.
Muitas pessoas percebem que poderiam produzir mais no trabalho e isso geralmente acontece porque não estão 100% motivadas no período de estabilidade no emprego. Diferentemente, nos seis primeiros meses de contratação, os colaboradores se mostram muito engajados e estão motivados a apresentar um desempenho elevado.
Além dessa diferença de desempenho entre o período inicial do emprego e o período de estabilidade, percebemos que outros fatores estão relacionados com o baixo desempenho no trabalho. A saber:
Não identificação com a empresa
O desempenho de um colaborador depende do alinhamento de suas competências e personalidade com o cargo que ocupa. De forma geral, as pessoas têm melhor desempenho em empregos, culturas e situações onde há um alinhamento entre o cargo, as atividades e a organização, e as ações, valores e a disposição da pessoa. Assim, para conseguir contratar e reter pessoas de alto desempenho, é importante que o setor de recrutamento e seleção e os gestores analisem, não só o perfil do candidato, mas também tenha claro qual é a cultura da empresa e a função que aquele colaborador irá exercer, para aí tomar uma decisão de contratação. Por outro lado, cabe ao candidato, buscar entender com profundidade as características da vaga e obter informações sobre a empresa, e o perfil dos colaboradores, para que possa decidir se aquela oportunidade ou empresa está de acordo com seus valores e suas ambições.
Dificuldade de adaptação e má liderança
Uma das consequências do baixo desempenho, da falta de adaptação ou de entusiasmo e motivação do colaborador no trabalho é o desligamento da empresa. Além disso, os desligamentos e o baixo desempenho, muitas vezes, também estão relacionados a má liderança. Para minimizar esse problema, a empresa deve não só treinar seus líderes, mas também avaliar se seus líderes têm as competências esperadas e estão empenhados no trabalho. Por outro lado, por mais que a liderança seja capaz de inspirar e orientar as pessoas, é necessário que o colaborador esteja disposto a aprender e a melhorar seu desempenho.
Política organizacional
Empresas onde predominam ambientes tóxicos e nepotistas, em que há “apadrinhamento” ou que as pessoas percebem que as promoções acontecem mais por afinidades e interesses políticos do que por mérito, fazem com que bons funcionários se sintam desmotivados a se empenhar e mostrar seu máximo desempenho. Toda cultura organizacional tem um lado tóxico e politizado, contudo cabe a empresa e aos líderes zelarem pelas boas práticas de gestão e identificar funcionários que não apresentam bom desempenho, mas que permanecem na organização por questões políticas.
Momento pessoal
O momento pessoal de cada colaborador impacta diretamente em seu desempenho e, muitas vezes, as empresas esquecem que as pessoas também podem estar vivenciando problemas ou obstáculos pessoais e que interferem diretamente no seu rendimento e seu crescimento no trabalho. Cabe aos líderes e as empresas, incentivar o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho e, ao mesmo tempo, se aproximar dos colaboradores visando criar um ambiente de receptividade e apoio, onde haja interesse em colaborar para a resolução de problemas para que o funcionário tenha o desempenho condizente com suas competências.
Além desses quatro fatores, o desgaste físico e emocional, a falta de treinamento, a pressão em excesso ou a falta de planejamento das tarefas, podem ser causas do baixo desempenho e é fundamental que líderes e empresas analisem os motivos do baixo desempenho dos colaboradores, levando em consideração que normalmente este pode ser causado por fatores internos a organização e relacionados às pessoas e, só assim, propor soluções tomar decisões de desligamento.
Fonte: Blog RH