Todos nós já ouvimos falar que os benefícios tradicionais oferecidos podem acabar. Enquanto isso, os benefícios não-tradicionais já viraram uma tendência que está sendo incluída na cultura de muitas empresa.
O cenário do mercado de trabalho atual está em busca de profissionais altamente qualificados. Isso significa que as empresas precisam lutar para conquistarem os melhores candidatos. Como as empresas estão conseguindo fazer isso?
Várias organizações já oferecerem benefícios considerados não-tradicionais, normalmente direcionado a candidatos mais jovens para cargos em startups.
Mas a pergunta que queremos fazer é: esses benefícios são suficientes para manter os funcionários felizes ou são simplesmente uma ferramenta para atrair candidatos?
O que leva a outra pergunta sobre os benefícios tradicionais. Eles realmente estão acabando e não impactam na felicidade dos funcionários?
Para isso, vamos analisar neste conteúdo quais os benefícios oferecidos aos funcionários e quais deles podem torná-los mais felizes e por quê.
Benefícios tradicionais X Benefícios não-tradicionais: o que são?
Entre os principais benefícios tradicionais estão:
Plano de saúde;
Férias remunerada;
Licença de maternidade e paternidade.
Alguns desses benefícios tradicionais também se expandiram para abranger assistência em relação a transporte, seguro odontológico e opções de participação em ações.
Se alguém estiver pesquisando vagas de emprego, por exemplo, poderá ver os seguintes benefícios não-tradicionais aparecendo de maneira bastante consistente:
Animais de estimação no trabalho;
Home office;
Horas de trabalho flexíveis.
Os benefícios tradicionais podem ser considerados como necessários para qualquer indivíduo alcançar algum tipo de equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
Por outro lado, os não-tradicionais podem ser vistos como um acréscimo adicional na cultura de trabalho, que os funcionários podem viver sem, mas que certamente ajudam a agregar valor.
Sendo assim, poderíamos falar que a falta de benefícios tradicionais pode explicar por que os funcionários deixam a organização após um curto período de tempo, enquanto a falta de benefícios não-tradicionais dificilmente prejudicaria os funcionários.
E como sabemos disso? Uma pesquisa recente desmascarou alguns mitos em relação a cultura das empresas e descobriu que os benefícios tradicionais superam em muito os não-tradicionais em relação à felicidade dos funcionários.
Tradicionais X Não-tradicionais: quem ganha?
Uma pesquisa recente da Glassdoor sobre a satisfação dos funcionários descobriu que os benefícios tradicionais oferecidos pelas empresas tiveram um impacto muito maior na felicidade dos funcionários do que os não-tradicionais – mesmo esses ganhando cada vez mais destaque nas vagas de emprego.
O estudo foi realizado com 175 organizações dos mais variados setores – incluindo tecnologia, saúde, financeiro, entre outros – medindo mais de cinquenta tipos de benefícios, tradicionais e não-tradicionais.
De acordo com a análise, verificou-se que os três benefícios tradicionais mais citados e comentados foram (em ordem de importância):
Plano de saúde;
Fundo de aposentadoria;
Férias remunerada.
Esses benefícios não tiveram uma margem pequena. Para se ter uma ideia, das 175 organizações entrevistadas, 161 ofereciam seguro de saúde para os seus funcionários, 157 planos de fundo de aposentadoria e 140 férias remunerada.
São números surpreendentes, considerando que a licença de maternidade e paternidade foi o quarto benefício mais citado em 20 menções.
Já em relação aos benefícios não-tradicionais mencionados anteriormente, eles foram mencionados apenas algumas vezes ao longo da pesquisa.
Com base nesses números, podemos dizer que os benefícios tradicionais são os que mais influenciam no quesito felicidade. Mas porque isso?
Por que os benefícios tradicionais ganham dos não-tradicionais?
Como mencionamos anteriormente, os benefícios tradicionais são vistos como necessários para um funcionário sentir que pode equilibrar o trabalho com a vida pessoal.
E há uma razão particular pela qual isso se tornou importante para os funcionários e candidatos a emprego.
O preço da saúde
O seguro de saúde é muito caro — principalmente nos Estados Unidos, que tiveram um papel importante no estudo Glassdoor.
A assistência médica nos EUA é uma das mais altas do mundo, segundo matéria do USA Today.
Por outro lado, o ônus do seguro de saúde nos EUA recai quase inteiramente nos indivíduos e nas empresas nas quais trabalham. Além disso, o governo concede seguro apenas para idosos e deficientes.
Para os indivíduos, é impossível pagar pelo seguro privado, que não é bem regulamentado e, portanto, extremamente caro.
Sendo assim, não é de admirar, que os funcionários listem o plano de saúde como o principal benefício que lhes proporciona satisfação no ambiente de trabalho.
Planejamento para aposentadoria
Trabalhar não se resume apenas a colocar comida na mesa e economizar para comprar uma casa ou um carro. Você pode ganhar dinheiro com objetivo de se aposentar e ter uma vida confortável.
Para os planos de aposentadoria, uma parte do salário do funcionário é deduzida para poder ser sacada assim que ele chagar à aposentadoria.
Sem um plano como esse, seria muito difícil se preparar financeiramente para o futuro.
Ter um descanso do trabalho
Assim como no seguro de saúde, a folga remunerada nos EUA também é algo problemático.
Para se ter uma ideia, os EUA têm a menor quantidade de dias pagos e dias de folga entre os 21 países mais ricos – uma média de 10 dias de férias e seis dias de folga, segundo matéria do Huffpost.
Mas isso é apenas para funcionários de período integral – funcionários de meio período não obtêm esses benefícios.
Por isso, não é de se surpreender que ter dias de folga remunerado seja uma prioridade tão alta para os funcionários entrevistados pela pesquisa.
Invista em benefícios tradicionais, não apenas nos não-tradicionais
De acordo com o estudo da Glassdoor, fica claro que os funcionários se consideram mais felizes quando recebem benefícios tradicionais.
Os benefícios mais populares, como plano de saúde, planos de aposentadoria e dias de folga remunerados, além de melhorar a vida profissional dos funcionários, também os ajudam a economizar para o futuro.
Os benefícios não-tradicionais, embora atraentes, não podem substituir esses benefícios. Eles são um acréscimo adicional e funcionam principalmente como incentivo para novos funcionários.
Afinal, a longo prazo, eles não pagarão as contas depois que você se aposentar ou precisar pagar por uma consulta médica.
As empresas devem observar todos esses detalhes ao criar anúncios de emprego, processos seletivos e ao planejar seus orçamentos.
Para manter os funcionários felizes, as empresas precisam oferecer uma boa qualidade de vida além da esfera do trabalho e da cultura da empresa.
Fonte: Blog Sólides
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