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Como a Selic afeta o dinheiro que você tem em bancos e fintechs

26 de setembro de 2024 / Consultoria / por Comunicação Krypton BPO

A taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) é uma das principais ferramentas para controle de juros no país. Ela é a taxa básica de juros da economia, influenciando várias taxas de juros do país — financiamentos, aplicações financeiras e cartão de crédito, por exemplo.

Sendo um dos valores mais importantes para economia do país, a taxa Selic é um importante instrumento do Banco Central (BC) para controlar a inflação no país.

Basicamente, quanto maior a Selic, maiores são os juros cobrados nas operações interbancárias — uma espécie de empréstimo entre bancos — e maior é o custo de captação dos bancos. Isso aumenta o preço de empréstimos, de juros de cartões de crédito e financiamentos, mas também interfere intimamente nos seus investimentos de renda fixa.

Como funciona a taxa Selic?

A Selic é determinada de duas formas: a Selic meta, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), e a Selic efetiva (também conhecida como Selic Over), que é a taxa realmente praticada nas operações entre bancos.

O Banco Central é responsável pela realização de operações de mercado de títulos públicos para manter a taxa Selic efetiva alinhada com a Selic meta.

A Selic meta é definida pelo Banco Central a cada 45 dias — a última reunião aconteceu em 18 de setembro de 2024. A próxima deliberação acontecerá nos dias 5 e 6 de novembro de 2024.

A cada reunião, o Copom pode aumentar, diminuir ou manter a taxa Selic, dependendo do andamento da economia. Quando é necessário aplicar um “freio” no consumo e reduzir a inflação, a taxa meta é elevada; quando é preciso estimular o consumo, a Selic é diminuída.

Os ajustes na Selic interferem no mercado de várias formas. Contudo, para o consumidor, a mudança mais evidente está nos juros de empréstimos, financiamentos ou em compras no cartão de crédito — quanto maior a Selic, maiores os juros.

Selic e a renda fixa

Os empréstimos interbancários acontecem em duas modalidades, explicou o especialista em investimentos e professor de finanças, Eduardo Tavares, ouvido pelo TecMundo. Em um deles, o banco devedor oferece títulos públicos como garantia de pagamento no dia seguinte; enquanto no outro ele emite Certificados de Depósito Interbancários (CDI) para compensação.

“Você tem dois tipos de empréstimo interbancários: aquele que é lastreado em títulos públicos, e aquele que é lastreado no CDI”, pontuou Tavares. “Essas taxas [Selic e DI] são muito coladas, mas o DI acaba sendo um pouco menor”, complementou.

No mercado de investimentos, recai à instituição financeira decidir em qual taxa apoiar os rendimentos. Tavares contou que há bancos que preferem indexar investimentos à Selic e há aqueles que optem pelo CDI.

“Hoje, no mercado de investimentos, no mercado de CDBs, a imensa maioria é indexada ao CDI”, explicou o especialista.

Contudo, uma vez que o CDI está bem alinhada à Selic, a diferença não é tanta. “Se o BC sobe a Selic meta, a Selic efetiva reage e se movimenta em direção ao objetivo. Então, se a Selic efetiva sobe, o CDI vai acompanhá-la”, complementou Tavares.

E como o CDI interfere nos seus investimentos?

Atualmente, uma das modalidades de investimento mais populares em bancos modernos é o CDB (Certificados de Depósito Bancário). Várias fintechs oferecem produtos dessa categoria em uma variedade opções, como CDB de Liquidez Diária, em que o dinheiro pode ser sacado de imediato, quase como na poupança.

Se você possui investimentos em CDBs atrelados ao CDI, o aumento da taxa Selic meta é um bom indicador para rentabilidade de sua aplicação: a Selic Over vai aumentar, acompanhada também pela CDI — portanto, mais dinheiro.

Porém, se o Banco Central determina redução da taxa Selic meta, as instituições financeiras acompanharão a decisão, reduzindo a Selic efetiva e, por consequência, reduzindo o CDI. Isso reduz a rentabilidade de suas aplicações em renda fixa.

De forma geral, quando a Selic e a CDI estão altas, investimentos de renda fixa atrelados a elas se tornam mais interessantes, uma vez que tem potencial de oferecer boa rentabilidade e baixo risco. Porém, quando as taxas estão baixas, essas aplicações não são favoráveis, prevalecendo as aplicações de renda variável (ações, por exemplo).

Fonte: TecMundo

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