A liderança inclusiva faz parte do futuro das organizações. Conheça os pilares dessa visão revolucionária na gestão de pessoas.
Tratar de diversidade e inclusão nas empresas vai muito além de uma simples tendência. E quando se trata de performance, estudos apontam a liderança inclusiva e diversa como um dos pontos-chave para o crescimento dos negócios.
Por isso, conheça o conceito de líder inclusivo e saiba mais sobre como desenvolver essa poderosa ferramenta na cultura organizacional da sua empresa!
O que é liderança inclusiva?
Diante de um mundo cada vez mais mutável, os líderes têm grande responsabilidade em fazer com que as empresas se adaptem com agilidade a novos desafios de mercado. Quanto mais pontos de vista diante de um problema, maior é a probabilidade de encontrar saídas criativas para ele.
Diante disso, uma liderança inclusiva é aquela que estimula o desenvolvimento de times diversos, com pessoas de diferentes contextos, habilidades, ideias, costumes, visões de mundo e valores pessoais.
São os times múltiplos que irão guiar a empresa em busca de novos caminhos, fazendo com que se destaquem perante concorrentes e futuros clientes.
Os 6 pilares da liderança inclusiva
Em 2021, a empresa Deloitte realizou uma pesquisa considerada a precursora de toda a ideia da liderança inclusiva. Nesse estudo, a empresa identificou 6 pilares principais para o desenvolvimento de líderes inclusivos.
Antes de explorar todos os itens, é importante realizar uma rápida análise situacional. Sabemos que é impossível prever o futuro. Porém, é necessário conhecer as tendências que apontam os caminhos que possivelmente serão encontrados lá na frente.
Nessa mesma pesquisa, a Deloitte traçou 4 mega tendências globais que irão influenciar nas prioridades das empresas ao longo dos próximos anos. São elas:
Diversidade de mercados: é preciso estar atento a mercados emergentes, pois a demanda desses novos mercados tendem a crescer nos próximos anos — revelando grandes chances de crescimento para as companhias que decidirem explorar essa possibilidade;
Diversidade de consumidores: o comportamento dos consumidores está mudando de maneira acelerada. Com o avanço da tecnologia e da personalização de serviços e produtos, é necessário que as companhias estejam atentas aos novos hábitos de consumo;
Diversidade de ideias: com o acesso a informações na palma da mão, a hiperconectividade e o grande acesso à tecnologia, consumidores e concorrentes estão cada vez mais conectados. Por isso, inovação será a chave para ganhar espaço no mercado;
Diversidade de talentos: para dar conta de tudo isso, é preciso cada vez mais contar com talentos diversos. Uma única visão de mundo e de negócios não irá sobreviver sozinha diante de tantas mudanças.
Para se destacar, a liderança inclusiva precisa ser assertiva. Para isso, conhecer os principais pilares desse modo de liderar pode ser uma grande vantagem tanto para os líderes quanto para o setor de RH.
Conheça os fundamentos levantados na pesquisa:
1. Comprometimento
Confiança no negócio e ter valores pessoais de diversidade e inclusão
Quando questionados acerca de seu comprometimento com as iniciativas de diversidade e inclusão nas empresas, grande parte dos líderes entrevistados pela Deloitte afirmaram ter grande identificação pessoal com os valores de diversidade e inclusão.
Um grande senso de justiça e a vontade de fazer diferente são os principais motivadores para uma liderança inclusiva.
Por isso, tendem a tratar todas as pessoas colaboradoras como os indivíduos únicos que são, de modo a respeitar suas individualidades e garantir que se sintam seguros e conectados com a companhia.
Para os líderes com esse perfil, é necessário que seus valores pessoais encontrem os da companhia, para terem real confiança na cultura organizacional e, assim, poderem potencializar o desenvolvimento do negócio.
Além disso, a liderança inclusiva também acredita que diversidade e inclusão são a essência da empresa. Por isso, tratam esses itens como prioridade, tomando para si a responsabilidade de criar ações que fomentem esses objetivos.
2. Coragem
Encarar a liderança com humildade e bravura. Para um líder com foco em inclusão, estar na posição de liderança significa ter coragem para desafiar o status quo. Isso quer dizer que estão comprometidos a se colocar na dianteira e a combater práticas de homogeneização do espaço de trabalho.
Estar em uma posição que desafia a norma frequentemente faz com que a pessoa seja questionada. Para estar no radar de objeções e contestações, é preciso saber até onde você consegue ir.
Por isso, quem se desenvolve enquanto liderança inclusiva também precisa estar preparado para ter uma certa humildade com relação a suas próprias limitações e fragilidades.
Uma caminhada cheia de desafios consiste em errar, reconhecer o erro e se reestabilizar de novo. É imprescindível saber os seus limites pessoais para que esse ciclo não seja nocivo para a pessoa líder.
3. Conhecimento de vieses
Ter auto regulação, disciplina e aplicar sempre o fair play
Quando se trata de diversidade e inclusão, muito é falado sobre os vieses inconscientes, aqueles preconceitos, estereótipos ou pensamentos tendenciosos sobre pessoas, culturas e temáticas específicas que frequentemente são encontrados em nossa sociedade.
Uma liderança inclusiva precisa trazer à tona esses vieses para poder combatê-los. Ou seja: é preciso tornar consciente o que, muitas vezes, passa despercebido no dia a dia.
É somente desse jeito que um líder inclusivo pode trazer mais respeito e ética para o ambiente de trabalho — processo também conhecido como fair play, quando todas as decisões acerca da equipe são tomadas de modo justo, transparente e igualitário.
4. Curiosidade
Estar aberto ao novo, ter diferentes perspectivas e lidar com a ambiguidade
Para ser um líder inclusivo, é preciso utilizar a inteligência emocional de forma ativa. Ser uma pessoa curiosa ajuda a liderança inclusiva a estar sempre aberta a mudanças de mentalidade, tornando-se mais adaptável ao que é novo e a diferentes pontos de vista.
Além disso, a curiosidade traz um desejo pelo aprendizado e fomenta a construção de ideias inovadoras. Em um mundo que muda tão rápido, é necessário ter a motivação sempre voltada a diferentes pontos de vista, evitando a estagnação.
Os líderes inclusivos que são curiosos também tem um forte perfil de provocar mudanças e questionamentos em seu time. Esse tipo de comportamento, quando feito de forma respeitosa e segura, faz com que o time evolua e tome novas perspectivas acerca dos mais diversos assuntos.
Por fim, é possível observar que a curiosidade também abre portas para novas conexões. Pessoas curiosas tendem a ser mais exploradoras e corajosas, o que é um ótimo perfil para uma liderança inclusiva.
5. Inteligência cultural
Ter foco, conhecimento e adaptabilidade com relação a diferentes culturas
Não basta ser uma pessoa curiosa, é preciso ter inteligência cultural para saber lidar com diferentes modos de vida. Por isso, outra característica de um líder inclusivo traçada na pesquisa da Deloitte diz respeito justamente a esse perfil de respeitar e incentivar interações entre diferentes pessoas e culturas.
Ambientes que fazem as pessoas saírem da zona de conforto podem ser desconfortáveis, mas trazem grandes aprendizados — e essa é uma das bases da inteligência cultural.
Vale lembrar que essa habilidade de adaptação nada tem a ver com apropriação cultural, que é quando você se utiliza da cultura do outro para fins diversos.
Inteligência cultural quer dizer ouvir e conhecer a cultura do outro, respeitando suas ambiguidades e diferenças.
6. Colaboratividade
Desenvolver o empoderamento, o senso de equipe e dar voz aos liderados
A última característica imprescindível em uma liderança inclusiva fala sobre o empoderamento de diferentes indivíduos e a criação de pensamentos diversos dentro de um único grupo de pessoas.
Os líderes com perfil focado em inclusão tendem a dar voz a diferentes pessoas, alavancando suas ideias e gerando discussões saudáveis que contam com os mais diversos pontos de vista acerca de um mesmo assunto.
Esse ponto faz com que as pessoas lideradas tenham autonomia e segurança para trabalhar e criar com liberdade. Além disso, um líder inclusivo percebe que pessoas independentes e autônomas costumam ter mais engajamento no trabalho, pois se sentem mais à vontade para serem elas mesmas.
Também é necessário falar sobre a importância do empoderamento de pessoas para o fomento de uma cultura organizacional diversa. Quanto mais as pessoas colaboradoras se sentem à vontade para expressar seus pontos de vista diversos, mais força a diversidade ganha para aparecer no ambiente de trabalho.
Fonte: Gupy