Transformações causadas por reuniões híbridas e remotas no ambiente de trabalho tornam dados de colaboração cada vez mais importantes
Com a pandemia, o trabalho remoto tornou-se uma necessidade e, eventualmente, uma norma. Uma análise de 40 milhões de reuniões virtuais de 11 organizações diferentes revela que não há mais volta para o “normal”.
Mike Tolliver e Jonathan Sass, em um artigo publicado na Harvard Business Review, explicam como as reuniões híbridas e remotas transformaram o ambiente de trabalho e destacam a importância de dados de colaboração para melhorar a eficiência e o engajamento nas reuniões.
Principais descobertas
1. O volume de reuniões virtuais continua alto
Mesmo com políticas de retorno ao escritório, o número de reuniões virtuais permaneceu alto. Em 2021, os funcionários participaram de uma média de 8,3 reuniões por semana, que aumentou para 10,32 em 2022, e em 2023, houve uma ligeira redução para 10,1. A preferência por reuniões virtuais persistiu devido à conveniência de recursos como gravação, transcrição e resumos por IA, que não estão disponíveis em reuniões presenciais.
2. Taxas de não participação em reuniões de pequenos grupos estão aumentando
As taxas de não participação, onde os participantes ficam com os microfones desativados durante toda a reunião, aumentaram para 7,2% em 2023, comparado a 4,8% em 2022. Esse comportamento, desejável em grandes reuniões para reduzir interrupções, é indicativo de que muitas reuniões de pequenos grupos poderiam ser resolvidas por e-mail.
3. Uso de câmeras está diminuindo
Embora o uso de câmeras seja incentivado para melhorar a comunicação, o uso frequente está associado à fadiga. De 2022 a 2023, as taxas de uso de câmeras diminuíram ligeiramente em todos os tipos de reuniões. Há uma correlação forte entre a ativação de câmeras e a retenção de funcionários: aqueles que deixariam a organização dentro de um ano ativaram suas câmeras em 18,4% das reuniões de pequenos grupos, comparado a 32,5% daqueles que permaneceram.
Usando dados para melhorar as reuniões
1. Trate a cultura de reuniões como parte da cultura da empresa
Para equipes híbridas e remotas, definir práticas de reuniões eficazes é crucial. Isso inclui estabelecer expectativas claras, como horários de foco agendados e dias sem reuniões, e definir quando uma reunião é necessária.
2. Identifique e apoie os “usuários poderosos”
Uma pequena porcentagem de funcionários hospeda a maioria das reuniões. Focar no treinamento desses “usuários poderosos” pode propagar boas práticas de reunião por toda a organização. Por exemplo, 54% de todas as reuniões são organizadas por apenas 10% dos funcionários.
3. Utilize dados para validar e iterar
Monitorar dados de colaboração ajuda a validar melhorias e ajustar conforme necessário. Se um departamento apresenta alta taxa de não participação, o treinamento direcionado pode melhorar essa métrica. Organizações como a Netflix reduziram o número de reuniões em 65%, com 85% dos funcionários favorecendo a abordagem.
4. Respeite as preocupações com privacidade
Utilizar dados de colaboração deve ser feito de forma anônima para evitar ansiedade entre os funcionários e garantir a segurança psicológica. As decisões de política, como reduzir o tempo gasto em reuniões, devem ser apoiadas por dados e visíveis para a alta administração.
A transição para o trabalho híbrido trouxe desafios e oportunidades. Aproveitar os dados de reuniões virtuais pode melhorar significativamente a eficiência e o engajamento, adaptando a cultura de reuniões para atender às necessidades modernas de colaboração.
Fonte: Administradores