Talvez você já tenha ouvido falar em transformação digital de empresas. Esse processo – que é muito mais do que comprar novos softwares – muda a forma como os negócios resolvem seus problemas no dia a dia. Por meio da tecnologia pensada e implementada a partir da lógica de transformação digital, empresas se tornam mais organizadas e eficientes, economizam em processos desnecessários, aumentam a satisfação dos clientes. Portanto, é um processo não só tecnológico, mas, sobretudo, cultural.
Parece ótimo, certo? E é mesmo. O único problema é que muitas empresas embarcam nessa jornada de se reinventar digitalmente, mas simplesmente se esquecem da área de Recursos Humanos. São negócios que estão em linha com as tendências de seus mercados, que buscam inovar na forma como entregam seus produtos e serviços, mas permanecem analógicos e até antiquados no setor que cuida dos seus talentos.
É preciso lembrar que as pessoas são cada vez mais digitais e isso inclui, é claro, os colaboradores que estão dentro da empresa e aqueles que ainda vão chegar. E é por isso que o RH também precisa de uma transformação digital. Essa reinvenção é importante para todos os processos executados pelo time de RH, mas em duas áreas ela é urgente: no recrutamento e na retenção de talentos.
Para que a empresa tenha condições de recrutar os melhores talentos ela precisa estar inserida no contexto digital. E isso tem a ver com escolher os lugares certos para encontrar esses colaboradores, ter ferramentas adequadas para colher os dados dos candidatos, os softwares mais assertivos para viabilizar os melhores matchs e até preparar o time de recrutadores para que eles entendam as novas nomenclaturas de cargos e habilidades.
Percebe que é muito mais do que anunciar no LinkedIn? Não se engane: não basta estar online. Há plataformas que só estão na internet, mas não têm nada de digital. Quem nunca entrou em uma delas e precisou escrever manualmente as mesmas informações que já estavam no currículo? E, o pior, são ferramentas pouco inteligentes, que não têm uma triagem adequada e acabam enviando um volume absurdo de currículos para a empresa.
O RH também sofre com processos seletivos com quase nenhum registro. Os candidatos entram e saem, mas não há uma documentação digital do que aconteceu: se foram bem nos testes, qual a percepção do recrutador, em que fase foi eliminado. Se esse candidato volta, alguns anos depois, o processo começa do zero como se ele nunca tivesse passado por ali.
Uma plataforma que organiza essas informações daria mais inteligência ao processo de seleção e ainda trataria com mais respeito os talentos que desejam trabalhar naquela empresa. É possível dar acesso ao candidato a parte dessas informações coletadas para que ele acompanhe em tempo real sua jornada. É bem melhor do que enviar centenas de e-mails, ficar recebendo ligações dos candidatos ou, pior, sequer dar algum retorno.
Mas, e depois que o talento foi absorvido pela empresa? A transformação digital pode e deve continuar para a retenção desses colaboradores. É preciso lembrar que o RH não é um departamento que serve só para bater carimbos nas carteiras de trabalho ou informar sobre os benefícios. O setor tem a missão de acompanhar cada um dos colaboradores, entender sua evolução e identificar o que pode ser feito para manter o engajamento deles.
Um RH disruptivo entrega aos seus colaboradores uma trilha digital de evolução de carreira, onde cada talento sabe exatamente onde está e o que precisa entregar para crescer. Uma trilha onde ele tem acesso a cursos, a um quiz que mede sua satisfação constantemente e até a um sistema de recrutamento interno, caso ele queira mudar de vaga para adequar sua carreira ou, quem sabe, atender outro cliente daquela empresa. Tudo isso fará com o que o talento se sinta parte daquela organização e se engaje.
Você consegue compreender que estamos falando de tecnologia, mas muito mais que isso? Para que uma empresa experimente uma revolução no seu RH ela precisa muito mais que repaginar o setor com a compra de plataformas: é necessário repensar os processos analógicos e inserir o setor, de vez, na cultura digital.
Fonte: Mundo RH
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