A cultura da diversidade empresarial ainda é um desafio nas corporações. Apesar de o tema estar no centro das discussões e as ações no foco das políticas das empresas como nunca visto, sua incorporação como hábito é mais lenta que a adesão a outros processos, como a transformação digital, por exemplo.
É fato que as mudanças desafiam em todos os setores da vida. Demandam tempo para serem efetivamente internalizadas pelos grupos. Mas por que a diferença se torna problema se a maior parte dos negócios fomenta a teoria da pluralidade para o desenvolvimento corporativo de qualidade?
A incorporação da diversidade na cultura empresarial implica o reconhecimento da diferença como valor. O problema é que muitos setores trabalham o diverso como uma questão a ser solucionada. Cor de pele, nacionalidade, gênero, preferências religiosas, idade, condição sociocultural traduzem a multiplicidades de pessoas que compõem um vasto e rico repertório humano que estrutura um campo empresarial único. E fazem a economia deste empreendimento girar de forma única e surpreendentemente eficaz. Processos, metodologias, conhecimento técnico, desenvolvimento tecnológico e responsabilidade social fazem sentido quando compõem um ecossistema de respeito em que o indivíduo pode existir antes de produzir. E são virtuosos os líderes capazes de estruturar o caminho do negócio comprometido com a ruptura do preconceito.
Do ponto de vista pragmaticamente econômico, por que você deve construir uma organização empresarial que reconheça a diversidade e a igualdade de seus funcionários? Pesquisas gerenciais mostram o valor da variedade necessária para gerar novos conhecimentos, para confrontar pontos de vista e explorar novas perspectivas. Internamente, esse é o ambiente próprio para a produtividade e desenvolvimento humano aplicado ao trabalho. Fortalece as relações entre os agentes business. Gera lucro. Já externamente, a adesão das empresas à diversidade é um processo social educativo que também reforça a reputação da empresa por meio de um posicionamento de desenvolvimento humano. Tão importante quanto o crescimento da economia. Isso é exatamente o que precisamos nos negócios de hoje.
E como colocar a diversidade em prática? Muitos podem ser os caminhos. Defendo que a primeira coisa a fazer é compreender os obstáculos específicos para o desenvolvimento de uma população plural em sua empresa. Sugiro que tal questionamento deva ser tarefa pessoal dos gestores antes de começar um planejamento estratégico. A diversidade requer uma política voluntária e visceral da direção para que as ações e campanhas tenham adesão progressiva e efetiva das equipes.
Pontuo aqui algumas ideias para inspirar possibilidades em tipos de negócios variados:
– Colaboração: construir um código de conduta da empresa de forma colaborativa com ilustrações de experiências para encarnar as realidades esperadas.
– Estrutura: elaboração de políticas de desenvolvimento de carreira com ênfase na diversidade: recrutamentos especiais, desenvolvimento de carreira dirigido, flexibilidade do trabalho para facilitar as pessoas com responsabilidades familiares ou necessidades especiais.
– Diálogo: construção de um diálogo permanente dentro dos setores e intersetorialmente.
– Educação e prevenção: criar métodos específicos de identificação e condução educativa das situações de preconceitos sem ter medo de reconhecê-los. Não apenas demonstrando o politicamente correto, permitindo que todos expressem suas apreensões sobre a capacidade de trabalhar em conjunto em relação às diferenças.
– Solução de conflitos: criar uma cadeia de comunicação se houver suspeita de assédio. Estas situações devem ser tratadas com muito cuidado e em diferentes níveis, dependendo da evidência e do nível de ofensa.
– Respaldo do grupo: criar um grupo de trabalho de diversidade que possa gradualmente se transformar em um Comitê de Diversidade.
Essas são algumas ideias para pensar. Inúmeras são as possibilidades. E os e caminhos não são isentos de armadilhas. É necessário aceitar falhas para melhor analisá-las. Incorporar o diverso não é apenas uma política empresarial. Pode ser uma chance de revolução de pessoas nos negócios. Esta política implica desenvolver maturidade gerencial para conciliação de conflitos. Só assim as ações terão efeito multiplicador.
Naturalmente, sem entrar em uma visão maniqueísta do bem e do mal, devemos também admitir que os caminhos a serem percorridos são mais complexos do que parecem e, acima de tudo, requerem tempo para colocar em prática uma política gerencial eficaz.
Portanto, a diversidade nas empresas é um caminho longo, tortuoso e que exige uma abordagem quantificada e determinada para chegar a uma política de gestão inclusiva e mais justa, baseada nos talentos de cada pessoa. Contudo, essa evolução de negócios plurais é uma exigência do mundo passa por ajustes fundamentais no século XXI.
Fonte: Diário do Comércio