Ouvimos muito nos últimos tempos que o mundo não será mais o mesmo depois da crise do coronavírus. Não temos como prever o que será o “novo normal” que andam falando, ainda mais se tratando do mundo corporativo, pois não queremos ser arrogantes e afirmar algo além do que os nossos olhos veem. Mas de fato, deve haver uma mudança nas relações trabalhistas e na gestão de pessoas, principalmente na forma que as empresas oferecem benefícios aos seus colaboradores.
Para muitos trabalhadores a crise foi cruel. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Brasil perdeu mais de 1 milhão de vagas CLT, por meio do desemprego e da suspensão de contratos. Junto à redução salarial de mais de 7 milhões de profissionais, veio a pressão para realizar mais do que se podia em suas atividades para não perder o emprego de vez. Muitos deles tiveram que solicitar ao RH de sua empresa o cancelamento do vale-transporte, porque estavam de home office, outros já não valorizam auxílio-refeição e auxílio-academia, como antes, pois a percepção em relação a benefícios mudou por causa da crise. Seguro de vida e convênio médico se tornaram os queridinhos do momento, até mesmo para os mais jovens.
Driblando a crise no setor de benefícios
Todos nós sabemos que um pacote de benefícios é capaz de reter talentos dentro de uma organização, aliás, essa é uma forma de remunerar o colaborador por meio de produto ou serviço. As empresas que entendem isso se preocupam com os impactos da crise e começam a pensar em uma nova gestão de benefícios para driblar essa situação, uma alternativa refere-se aos benefícios flexíveis, que possibilitam ao funcionário escolher seu próprio benefício.
Uma pesquisa com cerca de 14 empresas optantes de benefícios flexíveis, entre elas, iFood, Sky e Vivo, identificou um aumento na taxa de engajamento de todos os colaboradores. O resultado mostrava 73 mil colaboradores satisfeitos com o seu pacote de benefícios atual. É importante destacar que, com a chegada da crise, empresas como essas podem ter menos impactos na gestão de benefícios em relação àquelas que ainda oferecem a forma tradicional, pois basta permitir que o colaborador faça uma nova escolha de benefícios no seu pacote atual e tudo fica resolvido.
Já as que oferecem benefícios tradicionais têm maior dificuldade de manter a satisfação de seus colaboradores em momentos como estes.
Benefícios para o home office
Uma coisa é certa, tudo indica que o home office veio para ficar. As empresas compreenderam que é preciso focar mais nas entregas do que na carga horária de seu colaborador, sendo assim, haverá mudanças nas relações profissionais, no jeito de se fazer carreira, nas formas de contratação e na gestão de benefícios.
Depois do coronavírus, a tendência é que algumas empresas passem a oferecer produtos e serviços pensando no home office, alguns exemplos são: auxílio para despesas de uso diário, como internet, luz e telefone, a disponibilização de mobiliário ergonomicamente adequado e também auxílio para cursos online de capacitação. Cada empresa terá a tarefa de definir sua política interna e as ferramentas de trabalho necessárias.
O mercado já oferece soluções inovadoras o suficiente, mas assim como em outras áreas, ainda falta flexibilidade em nossa legislação. A gestão flexível é uma saída, e poderia apoiar a estratégia das empresas e, muito mais a necessidade dos colaboradores, se o governo adaptasse a legislação pensando na retomada desse “novo normal”, que logo se aproxima.
Fonte: RH pra você
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