Luiz Fernando Alves Jr, gestor da Versa Asset, explica por que BR Properties é uma das maiores posições dos fundos da Versa neste momento.
Luiz Fernando Alves Jr., fundador e gestor da Versa Asset. Ele foi o primeiro dos investidores “contrarians” que receberemos ao longo desta semana. Para quem ainda nunca ouviu falar, o termo “contrarian” se refere ao investidor que busca teses contrárias (e quase sempre polêmicas) ao consenso de mercado.
E a verdade é que a cultura contrarian da gestora está dando resultado: o fundo Versa Long Biased sobe 71,4% em 2020, desempenho muito acima se comparado à média da indústria. O próprio apresentador Thiago Salomão cunhou uma analogia para descrever o fundo: “se o mercado de ações fosse uma sala de aula, a turma da Versa seria a turma do fundão que vai bem na prova […] Parece que não está prestando atenção, mas estuda e vai melhor que o restante da sala”.
Durante o papo e como não poderia deixar de ser, Luis falou sobre a principal tese contrarian da carteira do Versa: BR Properties, empresa que compra lajes corporativas abaixo do que deveriam valer e aluga para terceiros. Vocês devem estar se perguntando “Por que investir em uma empresa de lajes corporativas em tempos de home office?”.
Um dos motivos da tese é justamente esse: ninguém quer investir nesse tipo de empresa agora. Mas não é só isso. Para ele, BR Properties apresenta uma combinação de motivos para ser uma das maiores posições da gestora: valuation muito descontado, resiliência e qualidade dos imóveis alocados, e densidade das estações de trabalho.
“Comprar BR Properties hoje seria como comprar todos os ativos que a empresa tem com 40% de desconto e com liquidez diária. Quem não quer isso? As pessoas vão continuar indo para os escritórios. Não como antes, mas pelo menos uma ou duas vezes por semana […] os ambientes de trabalho vão mudar, mas mesmo assim o Brasil apresenta ainda uma das maiores relações estação de trabalho por habitante do mundo [um habitante por m² vs a recomendação de sete habitantes por m²]”, disse o gestor.
Além disso, ele acredita que por mais que haja uma demanda menor daqui para frente, os ativos da empresa são “eficientes”, isto é, são lajes amplas e que geram economias para os locatários. E isso mostra o quanto a gestão da companhia também é boa. Ao longo da história, a gestão tem conseguido fazer uma boa alocação de capital, comprando ativos baratos e transformando o local para posteriormente vender ou alugar por preços maiores.
“É um case que a gente olha para tudo quanto é lado e não vê onde poderia perder dinheiro”, completou Alves.
Fonte: Infomoney
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