Gestão de Pessoas e o ressignificado de sucesso profissional para os colaboradores.
‘O que é sucesso profissional pra você?’
Há relativamente pouco tempo atrás, o senso comum responderia a essa pergunta atrelando, principalmente, a estabilidade financeira como um ponto estratégico sobre o assunto.
No entanto, nos últimos anos, muitos indivíduos estão ressignificando essa questão. A pandemia, inclusive, foi um dos divisores para esse novo direcionamento de enxergar novas possibilidades, e alinhar o âmbito pessoal com o contexto corporativo.
Para exemplificar essa questão, podemos citar aqui, o fenômeno chamado de ‘a grande resignação’, onde milhares de profissionais pediram demissão voluntária.
Nos Estados Unidos, houve picos de 4 milhões de colaboradores dando adeus a seus empregadores em um único mês em 2021.
Aqui, no Brasil, chegamos aos 600 mil pedidos mensais no início deste ano.
Outro dado que podemos citar aqui, é uma pesquisa realizada em conjunto pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a geração Z (jovens nascidos entre 1995 e 2010) não tem apego a salários altos.
Para 42%, sucesso profissional é trabalhar com o que gosta, seguido pelo equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, com 39%, enquanto 32% acredita que é importante obter reconhecimento pelo trabalho.
Com isso, surge a questão:
Como a área de gestão de pessoas deve lidar com esse novo cenário?
Neste contexto a primeira etapa da equipe de RH é compreender que os colaboradores são pessoas, e não apenas números e, portanto, precisam equilibrar vida pessoal e profissional.
Consolidar a rotina de trabalho com atividades pessoais é um grande desafio para muitos colaboradores, por isso, é dever da organização criar um ambiente positivo, que leve em consideração as preferências, os fusos horários e os compromissos fora da empresa, ou seja, é preciso proporcionar a eles flexibilidade na organização das tarefas, viabilizando as melhores formas de trabalho.
Resumindo, o equilíbrio é o melhor caminho para gerar equipes de alta performance, aptos a enfrentar os atuais desafios do mercado.
Outro ponto relevante, é saber responder a pergunta:
‘Quais são os valores que movem cada colaborador?’
Afinal, se houver grande incompatibilidade entre esses valores e a cultura da empresa é sinal de que há um perigo eminente de saída desses funcionários, pois como já dito, eles estão buscando cada vez mais propósito em suas carreiras.
Segundo pesquisa da Deloitte, para 93% das empresas a tendência mais importante para o futuro das organizações está em promover um sentimento de pertencimento nos colaboradores.
Por fim, listo o viés da saúde mental para concluir o tripé em relação à área de gestão de pessoas diante da ressignificação do sucesso profissional para os colaboradores, tendo em vista que, em muitas empresas os pacotes de benefícios não contemplam ações de conforto mental.
Preocupar-se com o bem estar e com o estado emocional dos funcionários traz inúmeros benefícios não só para os indivíduos como também para a organização.
Para construir um ambiente com capacidade de atender às expectativas dos colaboradores, o gestor deve dedicar-se a conhecer sua equipe e ser um ponto motivador para cada membro dela.
Planejar, executar, mas principalmente, desenvolver o discernimento para entender o que está acontecendo ao seu redor é fundamental para o alcance dos objetivos da empresa.
Por Ivan Jacomassi
Fonte: RH Pra Você