Devido à pandemia do Coronavírus e a recomendação do isolamento social, de um dia para o outro, acompanhamos as empresas, mesmo as embrionárias no quesito ‘digital’, disponibilizando aos colaboradores uma estrutura de informática, com computadores e acesso às redes que possibilitasse a adoção do home office.
Além das dificuldades de infraestrutura em suas casas, os colaboradores lidaram (e estão lidando) com outro obstáculo, a adaptação à nova rotina com as famílias, na qual os pais e os filhos estão em casa 24 horas por dia. E, com isso, a lista de funções e preocupações é aumentada: casa, alimentação, atividades escolares (a famosa aula online), entre outras atribuições.
Com a somatória desses fatores, houve um aumento de atividades no RH, dentre os direcionamentos, as adaptações de políticas pré-existentes e adequações às legislações trabalhistas, buscando uma redução do impacto nas finanças e, também, o suporte aos líderes e às equipes que se concentrou na área.
Neste cenário, como ‘pano de fundo’ das decisões das empresas, a área de Recursos Humanos assumiu uma das missões mais difíceis: garantir a estação de trabalho e a saúde física (relativo a ergonomia) e mental dos colaboradores à distância e, ao mesmo tempo, lidar com as demissões ou as contratações, dependendo do movimento da empresa, afinal, os cuidados com os colaboradores recém-admitidos estão redobrados.
Com essa missão, a construção de todos os processos, como os treinamentos, remotamente foi um desafio. Para suceder na missão com os antigos e os novos colaboradores, a área de RH das empresas otimizou sua comunicação e empatia.
Diante da necessidade das pessoas pela conexão e normalização, dentro do possível, é fundamental que as equipes desenvolvam suas rotinas de trabalho, sem exceder os horários, mas com acompanhamento, seja em alinhamentos diários ou ferramentas de compartilhamento de atividades. A área trouxe as atividades até o happy hour virtual para descontração das equipes, que tem se mostrado um momento de conexão entre os pares e os líderes!
Por isso, deixo aqui uma pergunta: você, líder, demonstra com frequência sua preocupação sobre o estado emocional da sua equipe? Eles são os reais indicadores das empresas!
Outro ponto de atenção é a dualidade entre aqueles que se adaptaram mais facilmente ao home office, a exemplo das novas gerações, e os mais resistentes. É importante que haja transparência e cuidado nas comunicações, respeitando as individualidades dos profissionais, principalmente com a crescente na possibilidade do trabalho remoto de algumas empresas se estender até 2021, quem sabe permanentemente.
Agora, frente à retomada das atividades e às lições do vírus, como a ressignificação do trabalho, junto à constatação do bom funcionamento do trabalho à distância, temos a certeza de que as estruturas engessadas em modelos de gestão de comando e controle não têm mais espaço nas empresas. Num novo normal, os colaboradores necessitam de orientações a resultados, e não a horários.
A Transformação Digital vem acontecendo e, com ela, a construção do futuro do trabalho. O amanhã se aproxima, após a ascensão do digital nos últimos meses, mas a humanização das relações não pode (e nem deve) ser deixada de lado. Vamos caminhar juntos, e melhores, ao pós-pandemia!
***Por Angélica Assunção, gerente de Recursos Humanos da Engineering, companhia global de Tecnologia da Informação e Consultoria especializada em Transformação Digital.
Fonte: RH pra você
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