Ainda não conseguimos mensurar todas as transformações decorrentes da pandemia causada pelo novo coronavírus. Entretanto, no meio da crise, padrões que antes pareciam tão fixados na rotina sofreram mudanças. Tudo isso conduzido por um fator importante: a tecnologia. Foi a partir dela que todos os setores investiram em novas ferramentas, estratégias e soluções para permanecerem ativos no mercado.
Isso nos faz pensar sobre o papel da transformação digital, sobretudo, nos RHs. Já vínhamos assistindo a uma série de modificações no setor, como o formato de buscar um emprego, em entregar um currículo, no modo como se seleciona um candidato, na aplicação de testes, nos envios e armazenamento de documentos, em plataformas de emprego, entre outros.
Apesar de serem mudanças que já estavam acontecendo, esse novo cenário acelerou processos e mostrou a necessidade de se otimizar etapas. A importância das redes sociais para a empregabilidade e a humanização do setor também são pontos que devem ser levados em conta, pois embora o grande papel tenha ficado com a tecnologia, as pessoas sempre permaneceram aliadas a ela, seja para desenvolver novas ferramentas como para pensar em estratégias de liderança, produtividade e bem-estar.
O período, portanto, é um pontapé para uma mudança ainda maior, a mudança de cultura. Nunca se falou tanto em otimização de recursos e no equilíbrio entre profissional e pessoal. Nunca se discutiu tanto o que são atividades essenciais, e o que significa resultado. Porém, a tecnologia por si só não é capaz de mudar a cultura, ela apenas viabiliza essa mudança para aqueles que estão dispostos a sair da zona de conforto e evoluir.
Mesmo com a retomada da economia e do convívio social, as mudanças que foram testadas irão permanecer ativas e serão cada vez mais aperfeiçoadas. A digitalização de processos de recrutamento e seleção e as entrevistas digitais são apenas o início de um processo de mudança de cultura que poderá colocar os RHs tradicionais em cheque e irá ressignificar seu papel dentro das organizações.
Na retomada das atividades pós-pandemia, por exemplo, as empresas poderão enfrentar problemas não só em encontrar talentos, mas também em retê-los. Além disso, não se sabe ainda qual o impacto que a crise atual terá nas pessoas e nas suas relações com o trabalho e a renda. Softwares de inteligência artificial podem ajudar a reduzir o trabalho operacional e repetitivo, como na triagem de candidatos, liberando tempo dos profissionais de RH para se preocupar com o aspecto humano das relações.
Vale ressaltar também, que apesar de irreversíveis, estas mudanças abrem espaço para investimentos em inovações que o setor merece. Apesar dos sofrimentos, grandes crises também vêm com grandes oportunidades e esta não está sendo diferente. A mudança de cultura do RH operacional para o RH estratégico é uma das maiores inovações que a adoção da tecnologia proporcionou. Esperamos, então, que seu legado seja uma ressignificação do significado da própria palavra emprego como conhecemos.
Sem dúvidas, a era do RH sem papel nunca foi mais importante e o que vimos até aqui foi um catalisador do futuro, onde a tecnologia se coloca na linha de frente deste novo cenário, será ela quem irá conduzir essa e as próximas revoluções.
**Por Eduardo Hupfer
Fonte: Rh pra você