No Brasil, 55% do investimento total das empresas em ações de treinamento & desenvolvimento é destinado às lideranças. O dado integra a 15ª edição da pesquisa ‘Panorama do Treinamento no Brasil: Indicadores e Tendências em Gestão de T&D’, realizada pela ABTD (Associação Brasileira de T&D) em parceria com a Integração Escola de Negócios e com informações sobre indicadores americanos de um estudo da ATD (Association for Talent Development).
De acordo com o estudo, as empresas do país realizam, em média, um investimento anual de R$ 997 por colaborador, o que totaliza 19 horas de treinamento. Para efeito de comparação, em 2019 as organizações dos Estados Unidos investiram US$ 1.302 (pouco mais de R$ 4 mil, na época) por funcionário, com a média de 36 horas de treinamento.
Do valor investido pelas companhias no Brasil, 30% é destinado a cargos de gerência e supervisão e 25% têm como foco as altas lideranças. Em todos os setores avaliados pelo levantamento – indústria, serviço, comércio e administração pública -, a maior parte do valor reservado para o T&D formal é usado no desenvolvimento dos líderes, o que revela que, apesar do baixo investimento, o enfoque é destinado a cargos estratégicos.
Distribuição do investimento
O investimento destinado às altas lideranças tem como principal objetivo desenvolver as habilidades comportamentais, as chamadas soft skills (52%). O mesmo se aplica aos treinamentos destinados a cargos de gerência e supervisão (48%).
Em relação aos não-líderes, o treinamento técnico se destaca em operação ou indústria (47%). O setor é, inclusive, o que mais destina porcentagem de investimento ao treinamento de compliance ou obrigatórios (26%). No comercial e no administrativo, o enfoque também está no treinamento técnico (43% e 46%, respectivamente), sendo que destas a comercial é que a mais divide os recursos investidos no treinamento comportamental (38%).
Questionados sobre os conteúdos que farão parte dos treinamentos em 2021, os respondentes priorizaram a liderança. O tema foi o primeiro lugar nas respostas dos entrevistados da indústria, de serviços e de comércio. Chama a atenção, porém, que a liderança não é prioridade sequer no “top 3” da administração pública. Trabalho em equipe, habilidades interpessoais e integração devem ter maior destaque. Comunicação, processos, atendimento ao cliente e cultura também estiveram presentes nos pódios dos segmentos.
Treinamento presencial ou EAD?
Enquanto nos Estados Unidos o treinamento online/EAD se destaca (59%), no Brasil o treinamento presencial ainda é mais utilizado (56% contra 44%). A área de indústria é a que mais utiliza o formato presencial para ações de T&D (61%), seguida pela administração pública (59%) e o comércio (56%).
Apesar do EAD ainda ser minoria, a pandemia e a migração de muitas empresas para o home office contribuíram para o formato a distância crescer. Na área de serviço, por exemplo, o EAD já é maioria (52%). O crescimento das ferramentas online foi de 200% em relação a anos anteriores.
Do uso do treinamento online em 44% dos casos, 19% foram EAD não ao vivo (autotreinamento), 18% contaram com um professor ao vivo (18%) e 7% foram de EAD sem uso de tecnologias (apostilas, manuais, etc.).
Indicadores de Efetividade
Em uma lista composta por 20 indicadores, nenhum teve tanto destaque quanto a Qualidade, que foi o mais elencado ou o segundo com maiores votos nas áreas de serviço, comércio e administração pública (38%, 46% e 43%, respectivamente).
Em serviço, o principal indicador de efetividade do T&D foi o atendimento de normas (41%). Já na indústria, o mesmo indicador também foi líder de votos, seguido pela produtividade (30%) e KPI e Inovações com 24% cada um. Vale ressaltar que cada respondente era livre para escolher mais de uma opção.
Além da Qualidade, já citada anteriormente, o cumprimento de planos de treinamento foi o indicador que mais se destacou no comércio (38%). Em relação à administração pública, clima organizacional (43%), produtividade (29%) e melhoria de processos (também 29%) foram os mais bem elencados.
Fonte: RH PRA VOCÊ