Mudanças significativas no modo como as equipes profissionais constroem confiança, se comunicam, colaboram e criam identificação estão entre as principais conclusões da mais recente pesquisa da Consultoria Lee Hecht Harrison, realizada em parceria com a Corporate Research Forum e o International Institute for Management Development.
O levantamento, que teve como base estudos acadêmicos e profissionais, além de entrevistas com CHROs, líderes de RH e outros especialistas, identificou que o contexto dos modelos de equipes e trabalho se tornou, no pós-pandemia, muito mais complexo do que quando muitos destes foram estabelecidos. Para melhor compreender esse novo cenário, a pesquisa reexaminou o que define uma equipe, como o trabalho colaborativo está mudando e a melhor forma de apoiar o seu desenvolvimento.
“Em verdade, as mudanças sempre foram constantes, porém, com os novos formatos no ambiente de trabalho, isso se aprofundou ainda mais e foi isso que buscamos identificar”, destaca Kleber Klinger Miguel, líder da prática e gerente de Leadership & Development da LHH.
Segundo o executivo, com a implementação do trabalho híbrido, por exemplo, a forma de as equipes interagirem foi impactada. Outro fator revelado pelo estudo é que a liderança está lidando com mais times, mas a falta de identificação do grupo pode afetar a confiança e segurança psicológica.
“Estamos diante de uma nova realidade e o desafio das organizações (e dos líderes) é como conduzir suas equipes de forma a torná-las mais eficazes, inclusive percebendo quais realmente precisam ser de alta performance”, alerta Miguel.
O gerente ressalta que, segundo o estudo, apenas 23% dos colaboradores estão engajados com o seu trabalho e se sentem conectados à organização. Quase 60% não estão engajados e, consequentemente, produzem menos, correndo o risco de aderirem ao chamado “quiet quitting“.
“O estudo aponta ainda que 18% são totalmente desengajados, afirmam não confiar no líder e não estão empenhados em ajudar a empresa a atingir suas metas. Isso é preocupante, pois impacta negativamente os resultados dos negócios”, analisa.
Outro problema apontado é que, com um maior número de equipes, aumentou também a quantidade de reuniões, o que suscita o questionamento do quão produtivas elas estão sendo.
“Essa questão é fundamental. Não é de hoje que sabemos que as reuniões devem ser necessárias e não devem durar mais de uma hora, período mais longo durante o qual as pessoas conseguem permanecer realmente engajadas. No entanto, com muitas reuniões e equipes, hoje há uma necessidade ainda maior de torná-las proveitosas”, destaca Miguel, citando uma pesquisa da Microsoft conforme a qual o número de reuniões que um funcionário participa aumentou 150% desde março de 2020.
Para o executivo da LHH, o levantamento demonstrou ainda que a liderança assume vários projetos simultaneamente, contando com trabalhadores contratados e temporários, e isso significa que os integrantes da equipe podem não entender de forma clara quem faz parte do time e/ou qual a interdependência entre os diversos papéis.
“O que se estabeleceu como normal hoje em dia são equipes híbridas, dispersas e diversificadas. Cada líder precisa encontrar meios para integrá-los e engajá-los no propósito da equipe, no senso de pertencimento, para que assim possa surgir um ambiente que leve as equipes a serem mais ágeis, atingindo alto desempenho”, conclui.
Fonte: Administradores