Logo após o Brasil ter sido desclassificado da Copa do Mundo de 2022, na derrota para a Croácia, chamou a atenção dos torcedores a atitude do técnico Tite, que se retirou para o vestiário enquanto os jogadores continuavam no campo, lamentando a derrota.
A postura, para muitos, transmitiu uma ideia de ausência de liderança firme e colaborativa na seleção brasileira. Uranio Bonoldi, escritor e especialista em negócios, carreira e tomada de decisão, alerta que, de fato, em situações de perda, os líderes devem estar atentos para manterem uma postura madura e equilibrada, não deixando suas equipes lidando sozinhas com as dificuldades encontradas.
“Sabe-se que um bom líder não é apenas aquele que delega, dá ordens, mas que se envolve de fato nos processos, e participa ativamente em busca de resultados. Quando o trabalho é frustrado, sem alcançar as metas desejadas, o líder deve se manter fiel à sua função e continuar atuando para estimular a rápida recuperação dos liderados”, pontua o escritor. Segundo Bonoldi, é importante para as equipes que os líderes demonstrem resiliência. “Em situações difíceis, não pode haver um vácuo de liderança. As equipes precisam de uma referência de força e racionalidade para que consigam retomar seus trabalhos com o mesmo empenho de antes”, explica.
Para o especialista, autor de Decisões de alto impacto: como decidir com mais consciência e segurança na carreira e nos negócios, uma postura derrotista por parte do líder pode fazer com que as equipes não tenham a motivação necessária para seguir adiante na busca por novas conquistas: “É como se entrasse em um ciclo de derrotas, em que uma se desencadeia em outra”.
Ainda conforme Bonoldi, as ações e atitudes são mais relevantes que os discursos. “Nada vale dizer palavras positivas e motivacionais se as suas atitudes não as corroboram. As pessoas sabem, muito bem, ler sua postura diante das derrotas, e isso pode ser determinante para o futuro dos negócios. É preciso saber reagir e motivar”, pondera.
Certamente, não se pode esperar que líderes ignorem suas próprias fragilidades, frustrações e inseguranças, mas de acordo com o escritor é necessário equilíbrio para que os demais não percam o propósito de seu próprio trabalho. “Demonstrar fraqueza pode ser também uma forma de gerar empatia e identificação com as equipes, mas há aí um limite. No campo da gestão de pessoas e das decisões, é imprescindível uma atuação mais racional, porque as emoções podem nos levar a caminhos imprevisíveis. Mesmo que o líder se sinta pessoalmente triste, ele deve manter-se de cabeça erguida, para gerar confiabilidade e não deixar que os outros percam a esperança”, finaliza.
Fonte: Administradores