Uma mudança cultural e estrutural é imperativa para receber esses profissionais
O mercado de trabalho está em plena ebulição. Impulsionados por um turbilhão de avanços tecnológicos e transformações incessantes, profissionais e empresas se veem diante de um desafio monumental: adaptar-se à era do trabalho 4.0. E não se trata apenas de uma evolução tecnológica, mas de uma revolução que reconfigura a maneira como vivemos e trabalhamos.
A era do profissional 4.0 é marcada pela convergência de tecnologias digitais, automação, inteligência artificial e conectividade. Esse remodelamento redefine as habilidades exigidas dos colaboradores e reestrutura completamente as práticas empresariais.
No novo cenário, o que vemos no dia a dia das empresas são profissionais desafiados a desenvolver habilidades e competências diversificadas. Além dos conhecimentos técnicos convencionais, como programação e análise de dados, é imprescindível dominar novas tecnologias, otimizar processos, automatizar tarefas burocráticas e operacionais e buscar uma formação multidisciplinar, demonstrar capacidade de adaptação às rápidas mudanças do mercado, além de cultivar relacionamentos interpessoais e pensamento crítico.
Mas as expectativas vão além das qualidades técnicas. E a meu ver, é preciso que haja disposição para essas mudanças cada vez mais constantes no mercado de trabalho, porque as exigências não vão parar por aí. Estudos, como o da McKinsey, reforçam isso. Segundo a pesquisa, até 375 milhões de pessoas precisarão mudar de categoria ocupacional nos próximos seis anos. Isso significa aprender e desenvolver habilidades completamente novas. Convenhamos, um desafio e tanto para os profissionais e o mercado.
Contudo, as empresas também precisam se reinventar para sobreviver e prosperar na nova era. Uma mudança cultural e estrutural é imperativa para receber esses profissionais. As estruturas hierárquicas tradicionais devem dar lugar a organizações mais ágeis e flexíveis, capazes de responder rapidamente às demandas do mercado. Isso porque, se por um lado o uso de tecnologias emergentes como inteligência artificial e automação demandam estratégia, por outro, também requerem rapidez.
Nesse contexto, investir em programas de capacitação e desenvolvimento é crucial para manter os funcionários atualizados e preparados para as novas tecnologias e desafios. Isso pode incluir cursos online, workshops e treinamentos práticos. Como Diretor de Gente e Gestão, vivo essa necessidade no cotidiano da empresa. No IT Forum, por exemplo, estabelecemos parcerias com instituições de renome, como SP Tech, FIAP, FIA, Grupo Ânima, HSM e Singularity University, para oferecer tanto graduação quanto pós-graduação. A iniciativa foi tomada pensando no novo cenário, e em como aprimorar o perfil dos profissionais, capacitando-os para se destacarem no atual mercado de trabalho.
Em paralelo, e não menos importante, também é essencial trabalhar na promoção de uma cultura de inovação dentro das empresas. Incentivar a experimentação e a aceitação dos erros como parte do processo, e recompensar ideias inovadoras são práticas que catalisam a adaptação à era do trabalho 4.0.
Afinal, essa é uma jornada que exige colaboração e coragem tanto dos profissionais quanto das empresas. Só assim essa transição será bem-sucedida. Ao abraçar a mudança e investir em aprendizado contínuo, estaremos preparados para prosperar em um ambiente de trabalho cada vez mais dinâmico, desafiador e digital.
Fonte: Mundo RH