O turnover, ou rotatividade de funcionários, é um tema importante no mundo empresarial, merecendo atenção muito além dos departamentos de RH. Isso, porque a frequência na mudança de colaboradores pode trazer impactos para diversas áreas das empresas, desde a gestão até o financeiro.
Como explica Ana Paula Prado, CEO da plataforma de oportunidades de emprego Infojobs, os custos substanciais dessa mudança de funcionários vão além do simples processo de demissão e contratação: “O turnover afeta a eficiência, a cultura organizacional e a capacidade da empresa de manter relacionamentos sólidos com clientes e fornecedores”.
Abaixo, a executiva lista 6 pontos de impacto do turnover sobre as operações organizacionais:
O processo de contratação envolve custos expressivos, desde a divulgação de vagas até as entrevistas e avaliações de candidatos. Quando os funcionários deixam a empresa com frequência, esses custos se acumulam rapidamente. A companhia precisa investir tempo e recursos na busca de novos talentos, gastando em publicidade de vagas, agências de recrutamento e nos processos de seleção.
Cada novo funcionário precisa ser treinado e integrado à cultura da empresa. Isso requer tempo e dinheiro, pois outros colaboradores ou departamentos precisam dedicar esforços para garantir que o novo contratado se adapte e seja produtivo. Quando a rotatividade é alta, esses investimentos em treinamento podem ser desperdiçados repetidamente, como alerta a CEO do Infojobs.
Os funcionários que acabaram de ser contratados geralmente não atingem seu pico de produtividade imediatamente. Eles precisam de tempo para se adaptar aos processos e às equipes, o que pode resultar em uma diminuição temporária da produtividade. Isso pode afetar a qualidade do trabalho e a eficiência operacional, já que acúmulo de funções leva a exaustão e perda de produtividade.
Segundo a executiva, a alta rotatividade também pode afetar negativamente a moral dos funcionários e a cultura da empresa. Os funcionários que permanecem na companhia podem se sentir desmotivados e desconfiados, enquanto a cultura corporativa pode se deteriorar à medida que as equipes estão constantemente em fluxo.
Além dos custos diretos, de acordo com Prado, há custos ocultos associados ao turnover, como a perda de conhecimento e experiência. Funcionários que deixam a empresa levam consigo informações valiosas sobre processos, clientes e estratégias. Substituir esse conhecimento pode ser um desafio caro.
A rotatividade de funcionários também pode afetar os relacionamentos com clientes e fornecedores. Quando os consumidores lidam com uma equipe em constante mudança, isso pode erodir a confiança e levar à perda de negócios. Da mesma forma, fornecedores podem preferir parceiros comerciais mais estáveis quanto à manutenção de profissionais.
“Investir em estratégias para reduzir a rotatividade de funcionários é uma decisão financeiramente sensata e benéfica para o sucesso a longo prazo da empresa”, destaca Ana Paula Prado, ressaltando ainda que monitorar o turnover ajuda a empresa a se orientar sobre problemas internos.
“É preciso questionar o motivo pelo qual os funcionários estão se demitindo. É por causa do salário? As contratações são alinhadas às necessidades dos times? Ou a cultura da empresa não está agradando? O problema pode estar relacionado até à gerência da equipe. Por isso, é essencial estar por dentro do que acontece na companhia”, conclui.
Fonte: Administradores