Muitos negócios surgem da crença de que uma boa ideia para solucionar algum problema é suficiente para o sucesso. Um produto ou serviço é oferecido no mercado acreditando-se que ele será desejado por muitas pessoas.
Todo mundo que pensa em montar um negócio quer, na verdade, resolver o problema de alguém. Você pode até acreditar que o principal motivo para o seu desejo de abrir um negócio é ganhar dinheiro. Obviamente, que você deve ganhar dinheiro com o seu negócio.
Mas pense comigo: o objetivo do seu negócio, o motivo pelo qual ele existe, não é ganhar dinheiro apenas. O seu negócio existe para oferecer soluções para os problemas de alguém ou de alguma organização.
O seu negócio existe porque existem pessoas com alguma demanda para a solução que você oferece. Pensar sob essa perspectiva pode fazer a diferença entre sucesso e fracasso; entre satisfação e frustração.
Eu considero que pensar dessa forma é uma das tarefas mais complexas para quem quer montar um negócio. Ainda que boa parte dos empreendimentos, principalmente os pequenos, surge sem que se pense na dor do público-alvo.
Muitos negócios surgem da crença de que uma boa ideia para solucionar algum problema é suficiente para que o negócio prospere. Na prática, o produto ou serviço é oferecido no mercado acreditando-se que ele será desejado por muitas pessoas.
A grande questão é saber se a dor que você imagina existir é real. E mesmo que ela seja, cabe analisar se o produto que você oferece é adequado para resolvê-la. E ainda que ele seja adequado, você deve perguntar para quem.
Essa não é uma questão que atinge apenas pessoas que estão começando. Mesmo negócios que já estão em andamento precisam de análises para que possam ser promovidos ajustes e feitos novos direcionamentos.
Ainda na fase do planejamento do negócio, faça as seguintes perguntas: Qual problema o meu serviço ou produto resolve? Quem são as pessoas que têm esse problema? Essas pessoas estariam dispostas a pagar pelo meu produto ou serviço?
São perguntas simples que te ajudam a pensar em como transformar uma ideia em um negócio, ou seja, em um modelo de negócio que gere valor para o público-alvo e que seja rentável.
Um exemplo interessante de negócio pensado a partir de uma boa ideia e que não teve sucesso foi de uma professora universitária que levou oito meses planejando um negócio, que faliu nove meses depois. O caso é descrito em uma entrevista concedida por ela ao jornal Folha de S.Paulo, e publicada no dia 21 de junho de 2015.
Em uma análise feita após o encerramento das atividades, a professora considera que errou na definição do seu público-alvo e na data de abertura do negócio. Além disso, ela não percebeu que os prejuízos iniciais não estavam relacionados, necessariamente, ao movimento do mercado ou à qualidade do produto.
Ao abrir o seu negócio – um quiosque de frozen yogurt em um supermercado de uma grande cidade em São Paulo – ela desconsiderou que aquele produto poderia não ser desejado pelo público que frequentava aquele estabelecimento. Além disso, o negócio começou a funcionar no inverno, quando o consumo de sorvetes diminui e até desaparece em determinados lugares.
As lições que essa empreendedora nos dá são bem valiosas. Em primeiro lugar devemos entender que um planejamento, por melhor que seja, não é uma certeza de sucesso, principalmente se ele for feito com base em um cenário considerado ideal.
A segunda lição é que um planejamento é uma ferramenta que está sempre em processo. Ou seja, ele é um guia, mas não pode ser uma camisa de força. Ele deve estar aberto às correções de rota em função das mudanças que ocorrem alheias à nossa vontade.
Como terceira lição eu destacaria que a comunicação deve ser o processo que sustenta toda a estratégia do negócio. Afinal, é por meio de processos de comunicação que somos capazes de fazer leitura mais apuradas da realidade.
Fonte: Administradores