Estudo feito meses atrás pela empresa de pesquisas CipherTrace mostrou que criminosos usaram bitcoin para lavar US$ 2,5 bilhões nos últimos 10 anos. A companhia analisou 45 milhões de transações para chegar à cifra.
Na pesquisa, a CipherTrace considerou como criminosas as transações que eram geradas em sites do mercado negro ou tinham alguma ligação com extorsões, malwares, ransomwares, lavagem de dinheiro e serviços de financiamento de grupos terroristas.
Muitos desses cybercriminosos utilizam as criptomoedas porque confiam que transações desse tipo não podem ser rastreadas – o que é uma suposição comum, mas errada. Na verdade, é relativamente fácil para as autoridades rastrear e relacionar diferentes transações feitas com bitcoin para identificar o usuário responsável.
Criptomoedas não são anônimas e, atualmente, são raríssimas as capazes de encobrir a identidade dos indivíduos quando eles estão recebendo, enviando ou gastando esses recursos.
Estratégias
Para tentar permanecer no anonimato, os cybercriminosos se aproveitam de vulnerabilidades e adotam uma série de medidas ao fazer transações com bitcoin.
Uma delas é usar serviços conhecidos como tumblers, que cobram um percentual do valor transacionado (geralmente de 1% a 3%) para misturar e dividir os recursos em vários locais diferentes e depois reuni-los em uma única carteira virtual hospedada na deep web. A intenção é misturar potenciais moedas identificáveis com outras, a fim de dificultar que a fonte original seja rastreada.
Pesquisadores, no entanto, já fizeram várias análises a respeito desses serviços e comprovaram que mesmo os mais conhecidos têm sérias limitações de segurança e privacidade.
Outra estratégia comum é se aproveitar de plataformas de transação ainda não regulamentadas – como as que não possuem mecanismos de verificação de identidade – para lavar bitcoin, sem a necessidade de usar serviços como os tumblers.
Isso pode ser feito simplesmente movimentando os recursos ao longo do tempo em várias agências virtuais diferentes – o usuário pode depositar bitcoin e trocar o valor por altcoins, que são criptomoedas alternativas. Cada vez que uma transação como essa é feita, mudando-se a criptomoeda utilizada, é adicionado um degrau a mais de privacidade para o usuário.
Esse processo, mais uma vez, não é à prova de rastreamento e depende muito também da tecnologia de monitoramento utilizada pelas plataformas.
Fonte: Tecmundo
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