A confiança do consumidor belo-horizontino nos três primeiros meses deste ano é a maior desde o início da série histórica, em 2016. O Indicador de Confiança do Consumidor (ICC) divulgado ontem pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) registrou 56,1 pontos no 1º trimestre de 2018, um crescimento de 3,6 pontos em relação aos últimos três meses de 2017. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, quando o índice estava na marca dos 50,9 pontos, o crescimento foi de 5,2 pontos.
A percepção de uma melhora gradual do cenário econômico do País devido à taxa de inflação baixa, queda na taxa de juros e crescimento de cerca de 15% na renda média do consumidor, é o principal motivo para a elevação do indicador na avaliação do vice-presidente da CDL/BH, Marco Antônio Gaspar.
“Apesar de o crescimento não ter sido tão relevante, a confiança do consumidor está voltando de acordo com a melhoria dos números da economia. É uma tendência gradativa que tem acontecido no mercado”, explicou Gaspar.
O indicador de condições gerais, que mostra as percepções dos consumidores nos últimos seis meses, atingiu os 49,9 pontos no 1º trimestre de 2018, percentual 3,9 pontos maior na base comparativa com o último trimestre de 2017. Em relação à situação econômica do País nos últimos seis meses, o índice avançou 6,1 pontos na comparação com o 4º trimestre do ano anterior e registrou 41,1 pontos. O indicador também cresceu na percepção das finanças pessoais, ficando em 58,7 pontos.
“Apesar da melhora de quase quatro pontos, ainda não estamos no nível de otimismo. O resultado, no entanto, indica que os consumidores conseguem enxergar a melhora gradual da economia. Os números mostram também que esse contexto permitiu um desenvolvimento da situação das finanças do consumidor”, disse o vice-presidente da CDL/BH.
A expectativa dos consumidores da Capital em relação à economia brasileira e às próprias finanças para os próximos seis meses é positiva. O indicador de expectativa geral do levantamento da CDL/BH atingiu 60,8 pontos no 1º trimestre deste ano, frente aos 57,4 pontos do último trimestre de 2017. As perspectivas para o cenário econômico e para as finanças pessoais registraram 55,4 e 66,1 pontos, respectivamente.
Com o indicador acima dos 50 pontos, nível que define o otimismo dos consumidores, o resultado aponta que os entrevistados estão otimistas para os próximos meses, avalia Gaspar. “É uma leitura que o consumidor está fazendo desse crescimento gradual, refletindo em um otimismo mais elevado. O consumidor prevê que, no final do ano, o contexto vai estar melhor do que o atual”, avaliou.
Perfil – Na análise de gêneros, a pesquisa mostrou que os homens estão mais confiantes, com 59,2 pontos frente aos 55,2 pontos das mulheres. Os números podem ser explicados, segundo Gaspar, pelo nível de desemprego, que foi de 12,3% no 4º trimestre de 2017 entre o público feminino, e de 10,3% entre os homens no mesmo período, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Outro fator que pode ser atribuído ao índice é a diferença de rendimentos médios que, também segundo o IBGE, para os homens foi de R$ 3.394,00 durante o 4º trimestre do ano passado na comparação com o das mulheres, na marca dos R$ 2.317,00 durante o mesmo período.
Na avaliação por faixa etária, o ICC do primeiro trimestre deste ano apontou um otimismo maior para os consumidores com idade acima de 65 anos (65,5 pontos), seguido pelos adultos, com 58,1 pontos.
“A maior confiança dos idosos pode ser explicada pela experiência anterior com outras situações de crise e o que está aparecendo no horizonte é o começo da saída da recessão. Historicamente no Brasil paga-se menos para as mulheres, o que leva a um otimismo maior por parte dos homens”, afirmou.
Fonte: Diário do Comércio