Existe uma máxima de que a liderança é inata. Entretanto, na minha percepção, as pessoas podem nascer com características de liderança que são mais facilmente desenvolvidas. E outras que não têm características inatas podem, sem dúvida nenhuma, desenvolver essas competências ao longo da sua vida. Depende muito da exposição a que elas estão a outros líderes e das pessoas com quem convive.
Eu acredito muito na história de que você é a média das cinco pessoas com quem você mais convive. Se você conviver com pessoas que não são líderes, que são lideradas, tudo bem você ser assim, alguém que prefere ser liderado. Por outro lado, ao conviver com pessoas que têm mais características de liderança, você tem uma tendência de formar mais essas características.
Tenho visto cada vez mais empresas que dão liberdade para o colaborador errar. São organizações que formam e desenvolvem mais líderes, porque liderança também é acerto e erro. E você precisa aprender a lidar com os erros. Quando você é liderado, segue as ordens e/ou orientações que seu líder dá. Mas quando você é líder, é você quem tem de tomar decisões. E eu recomento que faça aquilo em que você acredita. Se errar, refaça, é parte do aprendizado. É dessa forma que você vai desenvolvendo as características de liderança.
Há algum tempo fala-se que todo gestor é um gestor de pessoas. Para mim, esse é o ponto básico de uma empresa que está entre as melhores empresas para se trabalhar. Todo líder deve ter características de um RH, porque liderança não é necessariamente um cargo. Tem muito chefe que não é líder e tem muita pessoa que não é chefe e é líder, porque liderança tem a ver com a atitude, com a forma como você cuida das pessoas.
Quando eu digo competências do RH não é aprender sobre contratação e treinamento. É aprender sobre como lidar com pessoas. Aprender com as diferentes características. Aprender a cuidar das pessoas, a ter um olhar mais carinhoso para com os colegas, é saber gostar de gente.
A maior parte do tempo do trabalho do líder é se dedicar mais às pessoas e menos às tarefas. Entretanto, há gestores que fazem exatamente o contrário. E está na hora de virar esse jogo para que você, líder, se torne um gestor de pessoas. Precisa saber ouvir genuinamente as pessoas. A escuta é fundamental para um verdadeiro líder.
Outra característica importante é a autoconfiança, principalmente para tomar decisões. É claro que a incerteza existe, e muitas vezes ela surge justamente na hora de decidir. Mas, ao tomar decisões, é preciso seguir em frente, e a autoconfiança é fundamental.
Desenvolver uma boa comunicação é outra característica do bom líder, saber se comunicar com as pessoas, e isso não significa só saber falar um bom português: é olhar nos olhos, é falar a palavra certa, de forma transparente para o outro.
E a quarta e última competência que eu acredito ser fundamental para o bom líder é saber ser influente e ser exemplo, porque as pessoas que trabalham com você vão seguir as suas atitudes, os seus comportamentos. Desse modo, exemplos ruins vão gerar colaboradores ruins, exemplos bons, positivos vão gerar colaboradores positivos. Essas são as quatro competências fundamentais para o líder do século 21.
* Alexandre Slivnik é diretor executivo do Institute for Business Excellence (IBEX), Vice-Presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) e diretor geral do Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento (CBTD), além de escritor e palestrante.
Fonte: Administradores