Mentor é aquele que dá suporte e encorajamento para que a outra pessoa gerencie seu próprio aprendizado, maximize seu potencial, desenvolva suas habilidades, aprimore sua performance e se torne melhor como pessoa e profissional. Um mentor pode ser um professor, um chefe, um colega, um avô, um poeta, um filósofo ou até um autor de um livro que inspirou você.
Mas o que diferencia bons mentores daqueles que efetivamente são capazes de transformar carreiras e vidas?
Grandes mentores compartilham estas 3 qualidades
Vamos começar com curiosidade.
Quando estou entrevistando um potencial mentor, eu posso perguntar sobre algo do noticiário, algo complicado e confuso. Eu nunca estou buscando uma resposta específica – eu só quero ouvir e entender como sua mente lida com um problema que não tem uma resposta certa. Afinal, a habilidade de ver o mundo através de mais perspectivas do que apenas a sua própria é uma medida fundamental de “comprovada curiosidade”.
E eu quero entender se isso se estende para além de problemas de negócios também. Quando você está mentorando algum executivo, não é incomum que, no meio de um bimestre difícil ou uma preparação intensiva para uma reunião de comitê, eles olhem para você e perguntem: “Como você conseguiu ficar casado por 30 anos fazendo isso?”. Pivotar entre estas duas conversas exige mais que habilidades de negócios e cicatrizes de batalha. Exige autorreflexão. Exige interesse na pessoa do outro lado da mesa. Exige curiosidade para se perguntar como relações complexas funcionam juntas. Você deve estar genuinamente animado pela procura por respostas interessantes.
Então há coragem.
Uma palavra que é comumente usada em excesso, mas vital para mentorias. Para que uma relação de mentoria seja produtiva, o mentor às vezes precisa forçar conversas muito difíceis – aquelas que literalmente ninguém mais terá. Eu me preocupo muito quando converso com um potencial mentor que realmente precisa que os outros gostem dele. Isso geralmente não funciona, pois o mentor não vai confrontar um problema difícil quando chegar a hora.
Veja a coragem: uma vez mentoramos um executivo que teve uma infância difícil – país alcoólatras e abusivos, histórias horríveis. Este cliente usava explicitamente este background como uma desculpa para descontar em pessoas do seu próprio time. Logo cedo na relação, o mentor o interrompeu tentando justificar uma explosão do escritório e disse: “Olha, eu sinto muito que isso tenha acontecido com você. É devastador que sua infância tenha sido assim. Mas ninguém no trabalho deve jamais ter que pagar o preço por isso. É totalmente injustificável. Eu me importo com você, mas estou dizendo que isso é não negociável”. Para mim, isto é coragem. E aquele executivo diria hoje que aquela conversa mudou não apenas sua carreira, mas sua própria vida. Em uma boa mentoria, isso acontece com mais frequência do que você imagina.
Por sinal, curiosidade e coragem devem se juntar para um mentor através da sua própria história. A primeira parte disso é realmente examinar os fracassos da própria carreira e vida – que todos temos em algum momento – e se perguntar: “O que eu tirei desta experiência?”. E, em segundo lugar, uma questão muito relacionada que é: “Como me recuperei?”. Ambas as perguntas exigem curiosidade genuína para serem perguntadas. Quem não passou por isso, ao mentorar outra pessoa através de um momento difícil, pode ativar o gatilho dos seus próprios pontos-cegos e destruir sua objetividade.
A terceira qualidade é generosidade.
Para que um mentor seja efetivo, o foco deve estar inteiramente na pessoa do outro lado da mesa. Quando você está mentorando alguém e fica sabendo que a pessoa está fazendo um grande salto na carreira, ou lê sobre o líder exemplar que ela se tornou, e sua própria existência não é sequer mencionada… isso tem que ser OK. Na verdade, mais que OK – você deve amar este sentimento.
Para ser claro, todos nós temos egos e todos nós, em um nível humano mais básico, precisamos de reconhecimento. Mas uma das coisas que diferencia os bons mentores é que seu ego é alimentado por saber que eles estão fazendo algo importante para os outros e que seu trabalho – embora privado e confidencial – está fazendo uma grande diferença na vida de alguém.
Fonte: Na prática