É preciso olhar além, para estratégias que funcionam no longo prazo, como o marketing de conteúdo
Ter um site profissional é um diferencial para as empresas, apesar do sucesso das redes sociais. Pesquisas do Sebrae demonstram, por exemplo, que 63% dos micro e pequenos empreendedores utilizam o Google como primeiro recurso para procurar soluções ou fornecedores. E mesmo assim, somente 27% dos MPEs têm um site. Significa que 73% não estão preparados para serem encontradas por possíveis clientes no Google, o maior buscador da internet.
Qual a razão dessas estatísticas? Decidi perguntar a meus clientes o porquê de não apostarem mais na internet. Queria entender os detalhes. Que dificuldades estavam encontrando? Por que desistiam da empreitada? As respostas me surpreenderam. Identifiquei os três problemas mais comuns no começo da jornada online – e aqui sugiro formas de superá-los:
1) “Deixamos de usar o site para anunciar no Facebook, e as vendas ocorrem no WhatsApp”
Em 2019, o Facebook anunciou que chegou a 130 milhões de usuários no Brasil. Com a opção de “Marketplace”, a rede social passou a ser vitrine para muitas marcas. E quando pensamos em micro e pequenos empreendedores, faz sentido divulgar o trabalho a “custo zero” por meio de mídias sociais. Porém, o que não se leva em conta é que depender exclusivamente das redes não é bom. Lembre-se de outras redes e aplicativos de mensagem que eram gigantes e não existem mais: MySpace, Orkut, Google +, MSN Messenger, ICQ, etc.
Além disso, a eficiência de comunicação via redes sociais vem diminuindo. O Meio e Mensagem divulgou uma pesquisa mostrando que, em 2012, as postagens de páginas comerciais do Facebook alcançavam, em média, 16% da base total de seguidores. Em 2014, o número caiu para 6%. Em 2016, o índice estava em 2%. Com essa limitação, as pessoas acabam precisando criar anúncios pagos.
As redes sociais são importantes e você deve mantê-las, mas não aposte todas suas fichas aí. Garantir sua presença digital traz mais clientes e destaca o negócio em meio aos concorrentes, como aponta uma pesquisa realizada com nossos clientes:
• 78% dos clientes dizem que ter um site expõe o negócio de maneira mais profissional;
• 70% afirmam que o marketing digital ajuda a trazer novos clientes;
• 69% dizem que a presença online ajuda a se destacar da concorrência.
Também aconselho os empreendedores a manter o WhatsApp. Com o chat, você pode oferecer soluções rápidas aos clientes. Ainda assim, lembre-se de manter um site atualizado, por mais simples que seja. Você pode integrar o aplicativo ao site – com isso, seus clientes podem interagir desde a primeira visita em sua página.
2) “É minha terceira tentativa de ter um site que nunca termina. Já gastei muito dinheiro para finalizá-lo”
Às vezes criamos expectativas altas demais e não medimos o custo real da criação de um site. O resultado é uma página que não agrada e não funciona, e o dinheiro que foi pago não volta. Existem ferramentas que podem ajudar os empreendedores a otimizar o tempo e poupar dinheiro durante essa tarefa:
Criador de sites
Criadores de sites são ferramentas intuitivas, voltadas a quem não tem experiência ou muitas horas disponíveis para ficar na frente do computador elaborando uma página. Quer criar um site para seu salão de beleza, imobiliária, café ou pet shop? Quer divulgar seu portfólio, seu trabalho de consultoria ou criar um site para promover seu trabalho como advogado?
Seja qual for o projeto, você encontra os recursos perfeitos para tirá-lo do papel. É só selecionar um tema ou categoria de negócio, substituir os textos, trocar imagens e publicar. Também aconselho fazer cursos rápidos online para ser mais objetivo na criação da página.
Plataformas freelancers
Atualmente, algumas plataformas servem para anúncio de trabalhos esporádicos. Os “freelancers” podem cobrar mais barato que as agências tradicionais, entregam com mais agilidade e – normalmente – seguem à risca o que é proposto. Se você precisa de um designer para colocar seu site no ar, sugiro buscar no Workana, no Freelancer ou no 99freelas.
É importante ter em mente que um freelancer precisa de informações exatas sobre o que deve ser feito. Tire um tempo e capriche na descrição, caso opte por esse caminho. Você também pode visitar plataformas como o Canva, voltadas para soluções rápidas e práticas com design.
3) “O retorno foi zero e gastamos muito tempo e dinheiro com conteúdo e designer”
Investir tempo e dinheiro e não ter retorno é uma dor que muitos de nós já sentimos. Quando se fala de conteúdo e atualização do site, é normal esperar retorno imediato, porém nem sempre é o que acontece. É preciso olhar além, para estratégias que funcionam no longo prazo, como o marketing de conteúdo.
É preciso respeitar a jornada do cliente, que começa com pesquisas sobre um desafio que ele enfrenta. Só depois de consumir conteúdo e tirar essas dúvidas é que ele vai se preocupar em escolher uma solução. Quando aplicado da forma correta, seguindo o que chamamos de funil de vendas, o marketing de conteúdo consegue conduzir uma pessoa interessada ao longo dessa jornada, até que se torne cliente.
Esses são três desafios reais que andam juntos com a presença online, mas existem soluções. Elas exigem esforço e dedicação, porém são eficazes e mostram que vale seguir investindo em ter um canal próprio através de um site.
* Luiz D’Elboux é diretor de marketing da HostGator América Latina
Fonte: Administradores
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