A recuperação de crédito entre os consumidores da capital mineira registrou melhora generalizada em novembro, quando apresentou crescimento em todas as bases de comparação. No último mês, segundo dados divulgados ontem pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), o número de pessoas no município que regularizaram a situação financeira avançou 5,08% frente a outubro e 1,25% no confronto com igual período de 2016.
Entre as principais contribuições para a variação positiva do indicador de recuperação de crédito, a economista da CDL-BH Ana Paula Bastos cita o pagamento da primeira parcela do 13º salário. A injeção extra de recursos na economia, segundo ela, possibilitou aos consumidores colocarem em dia as contas pendentes, como é de costume no mês de novembro. A melhora de indicadores macroeconômicos ao longo do ano também foi lembrada pela economista.
“A queda da inflação, da taxa de juros e o aumento da renda real vêm ocasionando maior renda disponível, e as pessoas aproveitaram isso para quitar seus débitos”, explica Ana Paula Bastos. No acumulado do ano, o indicador de recuperação de crédito em Belo Horizonte seguiu o mesmo caminho, com alta de 2,24%.
O aumento no número de consumidores com a situação regularizada junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) representa um importante sinal para a economia da capital mineira. De acordo com Ana Paula Bastos, isso porque significa que há mais pessoas em condições de tomar crédito e, consequentemente, de consumir produtos de maior valor agregado, o que, logo à frente, pode impactar os diferentes setores. “A recuperação do crédito mostra que pessoas estão voltando ao mercado de consumo e que a economia está melhorando”, afirma.
Por gênero – Na análise por gênero, o feminino foi o destaque de novembro. No último mês, as mulheres responderam por 55,54% dos cancelamentos de registros junto ao SPC da CDL-BH, enquanto os homens representaram o universo restante. A explicação para esse resultado seria o fato de que o valor médio das dívidas entre as mulheres (R$ 1.272,06) é inferior ao existente entre os homens (R$ 1.593,60).
O maior percentual de consumidores que recuperou crédito em novembro se deu na faixa etária de 50 a 64 anos (25,41%). Esse grupo apresenta maior urgência em “limpar” o nome, porque, normalmente, seus membros são os responsáveis financeiros pelas famílias. “Então, ficar fora do mercado de crédito não é interessante, fica complicado para esse grupo. Para comprar a prazo, essas pessoas precisam de crédito, e tem outra coisa: ninguém quer ficar inadimplente”, completa a economista.
A expectativa da CDL-BH é de que a recuperação de crédito também cresça em dezembro. A projeção otimista da entidade tem relação com o pagamento da segunda parcela do 13º salário, efetuado até o último dia 20.
Fonte: Diário do Comércio