Em um post anterior, falamos sobre o que é a autenticação de dois fatores e por que você precisa dela. Resumindo, é um mecanismo de validação de acesso que depende de dois métodos de autenticação diferentes.
Os usuários precisam da autenticação de dois fatores para contar com uma proteção de conta mais confiável: embora cada método de autenticação individual seja vulnerável, dois (ou mais) são usados juntos para dificultar ao máximo perder o controle da conta.
Neste post falarei sobre as opções de autenticação multifatorial disponíveis, os prós e contras de cada uma delas e minha recomendação sobre as melhores para manter suas contas seguras.
Um dos mecanismos de autenticação de dois fatores mais comuns para validação de login são os códigos únicos. Geralmente, são enviados via mensagem de texto para o número de telefone especificado durante o registro. O e-mail também pode ser usado para isso, mas é menos popular. Os principais serviços geralmente também oferecem a opção de uma chamada de voz para o número de telefone especificado no registro.
Seja qual for o canal de entrega usado, a ideia é a mesma: verificar sua capacidade de ter acesso a alguma outra conta ou número de telefone que você definiu na assinatura do serviço. Assim, se alguém roubar sua senha mas não tiver acesso ao seu telefone, essa proteção funcionará muito bem.
Mas esse mecanismo de autenticação de dois fatores tem suas desvantagens. Se o e-mail for usado para confirmar o login e a senha para efetuar o login for a mesma da conta a ser protegida, você terá uma segurança extra muito limitada. Um invasor que tem conhecimento da senha da conta certamente tentará essa senha para efetuar login no seu e-mail também, obtendo assim o código de validação único.
A validação por número de telefone, seja por SMS ou chamada de voz, apresenta um problema diferente: é fácil perder o acesso. Às vezes, os usuários simplesmente se esquecem de recarregar a conta de telefone, perdem o telefone ou mudam o número.
Também é comum que os criminosos convençam as operadoras de telecomunicações a fornecer-lhes um cartão SIM com o número de telefone da vítima, tendo assim acesso aos códigos de validação. Além disso, as mensagens de texto podem ser interceptadas, casos assim já foram reportados.
Resumo: essa opção de autenticação de dois fatores dá conta do recado, mas para proteger as contas mais valiosas, especialmente as relacionadas às finanças, é melhor usar algo mais confiável.
Às vezes, a senha não é o primeiro, mas o segundo fator. Isto é o que os serviços de mensagens costumam fazer: por padrão, para efetuar o login, basta inserir o código de uso único do SMS. A senha geralmente é opcional. Opcional, mas necessária, se você quer saber. A senha irá proteger você contra diversos de problemas em potencial de uma só vez.
Mais importante, protegerá sua correspondência contra a perda acidental de acesso ao número de telefone que você usou para se registrar no WhatsApp ou Telegram. Digamos que você mudou seu número de telefone principal e colocou o cartão SIM antigo em uma gaveta, deixando-o inativo por muito tempo. A operadora revenderá seu número depois de algum um tempo, permitindo assim que o novo proprietário acesse o serviço de mensagens em seu nome, a menos que esteja protegido adicionalmente com uma senha, é claro.
E, com certeza, a senha dará à sua conta do serviço de mensagens pelo menos alguma proteção contra sequestradores que, de uma forma ou de outra, obtiveram acesso ao seu número de telefone.
Outra opção disponível é uma lista de códigos únicos pré-gerados. Os bancos às vezes emitem essas listas para seus clientes para confirmar transações, enquanto alguns serviços da Internet (como o Google) permitem usá-las para recuperação de conta.
Essa solução pode ser considerada um mecanismo confiável: esses códigos são transmitidos ao usuário extremamente raramente, então há um mínimo de oportunidades de interceptação. Os códigos são aleatórios, o que significa que são únicos, então adivinhá-los é quase impossível.
Mas há o problema de armazenamento: se invasores conseguirem roubar sua lista de códigos pré-gerados, sequestrar sua conta ou roubar dinheiro será extremamente fácil.
No entanto, o principal inconveniente desse método de autenticação é que, se você precisar de verificações com frequência, rapidamente seus códigos pré-gerados ficarão descobertos. O que significa que você terá que gerar e salvar novos cada vez mais. Se estiver mantendo várias contas, haverá facilmente confusão com todas essas listas. Portanto, os códigos pré-gerados como o principal método de autenticação foram substituídos por códigos gerados sob demanda, quando você precisar deles.
A geração de códigos únicos “em trânsito” é feita por autenticadores. Às vezes, podem ser dispositivos autônomos com uma tela pequena que exibe o código atual, alguns bancos fornecem esses autenticadores a seus clientes.
Portanto, se estiver procurando informações sobre como esse método de autenticação funciona, como selecionar um aplicativo autenticador e o que ter em mente quando tiver um, siga os links acima. Enquanto isso, aqui, quero apenas lembrar que aplicativos autenticadores oferecem um equilíbrio ideal entre conveniência e segurança, tornando-os cada vez mais populares.
Não faz muito tempo, para a maioria das pessoas, a autenticação biométrica era algo exótico. No entanto, as coisas mudaram rapidamente: a maioria dos smartphones agora tem a capacidade de autenticar por impressão digital ou reconhecimento facial, e isso não é nenhuma surpresa.
Mas alguns métodos biométricos podem parecer incomuns: autenticação baseada em hábitos de voz, íris, caminhada e digitação. Quanto aos mais originais, podemos lembrar da pesquisa sobre autenticação baseada em odor (embora não funcione muito bem)!
A autenticação biométrica tem algumas desvantagens sérias. Primeiro: todas as características nas quais essa solução se baseia são as propriedades permanentes do usuário. Você pode alterar uma senha comprometida e pode até fazer isso várias vezes por motivos de segurança. Mas uma impressão digital registrada pode ser modificada apenas um número limitado de vezes. As tentativas podem ser literalmente contadas nos dedos das mãos.
A segunda questão importante consiste no fato de que os dados biométricos são extremamente confidenciais, tanto por serem inalteráveis quanto porque permitem não só autenticar um usuário, mas também identificar uma pessoa. Portanto, a coleta e transferência desses dados para serviços digitais deve ser tratada com extrema cautela.
É por isso que os dados biométricos são normalmente usados para a autenticação local: armazenados e processados no dispositivo para evitar transmiti-los para qualquer lugar. Para a autenticação biométrica remota, o serviço digital teria que confiar no fornecedor do dispositivo, o que os serviços normalmente não querem fazer. O resultado é o seguinte: apenas a Apple possui um mecanismo de autenticação biométrica remota de alto valor, porque a empresa tem controle total sobre seu ecossistema, desde o desenvolvimento de software até a fabricação do dispositivo.
Mas a autenticação biométrica tem uma vantagem importante que se sobrepõe às suas desvantagens. Se implementada corretamente, torna a vida dos usuários muito mais simples: chega de digitação, basta pressionar o dedo no sensor ou mostrar o rosto para a câmera. E é bastante confiável também, mas, como já dito antes, apenas se implementado corretamente.
Mais um tipo de autenticação do usuário é a localização. Você não precisa ativar esse método, pois já está ativado por padrão. É por isso que geralmente passa despercebido, com a pessoa sendo alertada apenas se não tiver êxito: ou seja, se uma tentativa de login vier de uma localização que o serviço não espera. Nesse caso, o serviço pode exigir o uso de um método de verificação adicional.
Obviamente, a localização não é um fator de autenticação muito confiável. Em primeiro lugar, não é único: muitas outras pessoas podem estar no mesmo lugar a qualquer momento. Em segundo lugar, é bem fácil de manipular, especialmente quando se fala de localização baseada em IP, em vez da geolocalização GPS adequada. No entanto, a localização pode ser usada como um dos fatores de autenticação, e muitos serviços fazem isso.
Fonte: Kaspersky