A transformação digital segue o seu curso de aceleração em variados segmentos. Na indústria e setores de infraestrutura, ela tem papel essencial por modernizar operações críticas. São ambientes que precisam ser muito bem monitorados e gerenciados para controlar os riscos de falhas de serviço que podem ter consequências sérias, desde a segurança das pessoas em campo até a sociedade que vive ao seu entorno.
Por isso, falar de conectividade de missão crítica é falar de alta necessidade de automação, sensoriamento das instalações industriais, máquinas e veículos autônomos, equipamentos de energia e sistemas que possuem sensores acoplados para métricas de pontos nevrálgicos da operação. Tudo isso faz com que a gestão de conectividade ganhe níveis de complexidade antes inimagináveis.
Eficiência mora na gestão plena – Os setores elétrico e de mineração, por exemplo, geralmente têm infraestruturas de redes LTE com concessões que duram décadas e, consequentemente, com tecnologias de diferentes gerações. Ou seja, a gestão do ambiente se torna mais complexo com a adequação do legado com as soluções disruptivas, como IoT.
Portanto, o coração da operação das redes passa a ser justamente a gestão. Ela precisa ser diferenciada para manter sob controle todo o novo arsenal tecnológico e também a sua eficiência. A solução? Preparar as estruturas de NOC – Network Operations Center – para o cenário mutante que está por vir com o 5G.
Seja a estrutura ou sigla que for, a operação de conectividade precisará lidar com ambientes 5G, modelos de core próprios ou em edge, virtualização massiva e infra de nuvem nativa. Posso dizer que o “NOC” nesse novo mundo, com redes privadas e 5G, que podem estar totalmente na nuvem, muda totalmente o escopo da gestão, deixando-a alinhada aos atuais desafios.
Flexibilidade em modelos – A construção e o gerenciamento desses novos centros exigem profissionais qualificados, tempo e dedicação, o que tem provocado um movimento no mercado rumo à maior especialização dessa atividade. Além disso, muitas empresas novas e menores, entrantes no setor, estão aderindo à terceirização e parcerias estratégicas de serviços.
Nesse desenho, a empresa foca no negócio e o parceiro monta toda a estrutura do NOC e ainda presta consultoria para dimensioná-lo, desde a sua idealização, formas de operação, utilização de ferramentas, processos, necessidade de integração de plataformas legadas e até mesmo quantos profissionais estarão em campo.
Hoje no mercado, há modelos de prestação de serviços que já incluem “Rede como Serviço”, ou Network as a Service (NaaS), que oferecem soluções globais de infraestrutura de redes com níveis de serviço aderentes a vários setores. Um estudo da Global Market Insights estima um aumento anual de 35% no mercado global de NaaS no período de 2019 a 2025. E outras já contam em seu cardápio com NOC como serviço.
Aqui no Brasil, apesar das grandes empresas já estarem partindo para estruturas mistas, com parte regional e parte centralizada, ainda existem desconfianças em possuir o NOC dentro do parceiro do serviço. Ou seja, preferem manter sua rede própria, o que exige pessoal qualificado e um centro de operações de rede remota, com uma orquestração que estabeleça o papel de cada um para definir a governança e padronizar recursos.
A companhia que tomar a decisão de continuar a centralizar a gestão dentro da organização, precisa ter a consciência de que deverá ter uma visibilidade ampla para mitigar riscos, antecipar falhas e assim planejar evoluções e direcionar investimentos. Algo que poderia ser feito de forma mais ágil e com menores custos ao se ter um parceiro dedicado a isso.
Ao que parece, a especialização da gestão de aplicações em redes híbridas está se desenhando como uma estratégia inevitável para que as empresas se tornem mais competitivas aproveitando os benefícios das novas tecnologias com o 5G.
Fonte: Diário do Comércio