Atualmente, cerca de 56% das empresas brasileiras destinam até 5% do faturamento ao Marketing Digital, conforme apontam dados da Hubify. Apesar do investimento, muitas delas ainda não monitoram indicadores estratégicos, o que compromete o uso eficiente dos recursos e dificulta ajustes baseados em resultados concretos.
Além disso, o Marketing está entre as áreas mais impactadas pelo efeito Dunning-Kruger — fenômeno psicológico que explica por que pessoas com pouco conhecimento acreditam saber mais do que sabem. A facilidade de acesso a ferramentas de automação, redes sociais e inteligência artificial aumentou o número de autointitulados especialistas, ainda que muitos não dominem os fundamentos da área.
Neste contexto, a evolução do Marketing amplia a demanda por profissionais com visão estratégica, domínio técnico e criatividade. Entre as funções em destaque estão:
Um olhar estratégico
Na avaliação de Thiago Muniz, especialista em vendas e CEO da Receita Previsível, ainda há quem veja o Marketing como custo, não como um investimento capaz de impulsionar autoridade, crescimento e fidelização. Essa visão limitada enfraquece o posicionamento da marca e sua capacidade de se destacar em um ambiente cada vez mais competitivo.
Muniz destaca que o conhecimento técnico não se constrói da noite para o dia. Marketing exige estudo contínuo, leitura de mercado, atualização e responsabilidade com os dados e com a narrativa construída junto ao consumidor.
A inteligência artificial vai dominar o Marketing?
Boa parte das cadeiras em ascensão no setor tem alguma relação com a Inteligência Artificial. O McKinsey Global Institute projeta a criação de 133 milhões de novos empregos até 2030, muitos deles ligados à tecnologia e ao Marketing Digital. Já a Europol estima que até 90% do conteúdo online poderá ser gerado por inteligência artificial até 2026. Segundo a Originality.ai, 57% do conteúdo da internet já é produzido por robôs.
Diante desse cenário, a produção de conteúdo se torna uma commodity. Com o avanço das IAs generativas, como o ChatGPT, textos genéricos e repetitivos inundam a internet. O diferencial está em produzir conteúdos autênticos, com voz própria, visão crítica e profundidade humana. Storytelling, pesquisa e criatividade serão diferenciais, não por competir com a IA, mas por fazer o que ela ainda não consegue: tocar o emocional com singularidade, analisa Muniz.
Fonte: Mundo do Marketing