De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados em 2021, menos de 40% das empresas fundadas no Brasil conseguem sobreviver após cinco anos de atuação.
Em artigo escrito para a Entrepreneur, o CEO e fundador da Wistia, Chris Savage, listou três estratégias para preparar uma empresa para o longo prazo que ele aprendeu ao longo das duas décadas em que esteve no mercado.
“Se o seu negócio é um carro, seu trabalho como fundador é decidir que direção seguir e com que rapidez. Isso significa que você precisa saber quando pisar no acelerador, pisar no freio, pisar fundo ou desacelerar”, explica Savage.
De acordo com ele, é comum que fundadores se tornem adeptos à mentalidade de crescimento a todo custo, já que uma expansão mais rápida pode levar a um impacto mais significativo e a lucros mais elevados, pelo menos no curto prazo.
“Nos primeiros dias de construção da Wistia, eu também abracei a cultura do ‘ocupado’. Eu estive em reuniões consecutivas o dia todo. Eu adorava as doses de dopamina vindas de apagar incêndios, mas estava frenético. Eu estava operando em modo de sobrevivência”, contou.
Se ele quisesse continuar nesse negócio de empreendedorismo por muito tempo, então, decidiu que teria que parar de se mover tão rápido para que não se esgotasse. Além disso, caso desacelerasse, ele poderia focar no futuro.
“Levei muito tempo para aceitar que a desaceleração pessoal não significava que o negócio tivesse que reduzir a velocidade. Poderíamos avançar muito mais, mas isso exigia aprender a delegar totalmente, encontrando outras pessoas que pudessem resolver alguns dos grandes problemas do dia-a-dia que eu tentava resolver de forma independente”, afirmou.
“Você pode sentir que está se movendo rápido ao remar furiosamente sozinho, mas veja o quão mais rápido você pode escalar com as pessoas certas ao seu lado”, finaliza.
As empresas que colocam a maior parte do seu foco em coisas que podem fazer de forma única são empresas que vencem, garante Savage.
“Os empreendedores estão condicionados a acreditar que precisam perseguir oportunidades para crescer rapidamente. Se há algo para tentar, nós nos esforçamos para fazer crescer rapidamente. Mas a realidade é que é impossível ser o melhor quando você tenta fazer muitas coisas ao mesmo tempo”, alerta
Para o especialista, priorizar a quantidade remove a qualidade de um projeto ou processos que já estão funcionando. O tempo gasto saltando de um lado para o outro pode desperdiçar tempo e recursos valiosos, levar à estagnação sem resultados ou até mesmo criar os chamados “projetos zumbis”, esforços que continuam em segundo plano sem serem concluídos.
“Ao se concentrarem em menos iniciativas – especificamente aquelas que acontecem no trabalho e impactam o cliente – as equipes podem focar nas atividades que criam um efeito volante e impulsionam o crescimento exponencial”, declara.
As equipes que celebram o fracasso são equipes que vencem no longo prazo, afirma Savage. Elas veem dar de cara com um beco sem saída como um feedback, não como um bloqueio, e então se ajustam e corrigem o curso rapidamente para se moverem na direção certa.
“Uma equipe que abraçou totalmente o fracasso como motor do progresso tem a liberdade de ser criativa sem hesitação. Para conseguir isso, você precisa ter grades de proteção e um sistema que sustente falhas para que você possa usá-las a seu favor”, diz.
Para isso, segundo ele, é preciso:
“Você avançará mais rápido quando as equipes estiverem altamente alinhadas e fracamente acopladas desde o início, porque trabalham sob a mesma estrutura e expectativas. Isso também significa que, quando você falhar, todas as equipes poderão se reajustar e continuar avançando, mesmo que o cronograma do roteiro mude”, finaliza.
Fonte: Administradores