O mundo dos negócios perdeu, no último dia 28 de novembro, o bilionário Charlie Munger, braço direito do investidor Warren Buffett e uma das grandes mentes do mercado financeiro do século 20.
Munger, mais conhecido como o vice-presidente da Berkshire Hathaway, Inc, morreu aos 99 anos. Em comunicado, membros da sua família disseram que ele faleceu “pacificamente” em um hospital da Califórnia.
Antes disso, o executivo refletiu sobre sua vida e carreira em um artigo para a CNBC Make It. No texto, o bilionário comenta sobre a falta de obrigatoriedade de que a satisfação profissional seja sempre linear.
Ele usa sua própria trajetória como exemplo, mencionando que construiu uma carreira sólida como advogado durante sua vida, mas isso não o satisfez completamente.
“Passei muitos anos de sucesso no escritório, mas não estava satisfeito em exercer a advocacia. Gostei da independência de um capitalista. Eu gostava de descobrir as coisas e fazer apostas. Preferi tomar as decisões e apostar meu próprio dinheiro. De qualquer forma, geralmente eu pensava que sabia melhor do que o cliente, então por que deveria fazer as coisas do jeito dele?”, comentou.
Foi então que, em um jantar, Munger foi apresentado a Warren Buffett, com quem compartilhava muitas ideias quando se tratava de negócios, finanças, história e investimentos. Eventualmente, os dois concordaram em abrir um negócio juntos, o que, de acordo com o executivo, foi uma decisão “incrivelmente boa”.
A seguir, confira três regras básicas para satisfação profissional que Munger considerava úteis para qualquer jovem que precisa tomar decisões sobre sua carreira.
De acordo com o bilionário, a maneira mais segura de tentar conseguir o que deseja é tentar merecer o que deseja.
“É uma ideia tão simples. É a regra de ouro. Você quer entregar ao mundo o que compraria se estivesse do outro lado”, declarou.
Em geral, disse ele, as pessoas que têm esse espírito vencem na vida, e não ganham apenas dinheiro e honras, como também o respeito e a confiança das pessoas com quem lidam.
“A reputação e a integridade são seus ativos mais valiosos – e podem ser perdidas num piscar de olhos”, alertou.
Na opinião do empresário, é melhor que as pessoas evitem trabalhar diretamente com alguém que não admiram e que não desejam ser.
“É perigoso. Todos estamos sujeitos, até certo ponto, ao controle de figuras de autoridade, especialmente figuras de autoridade que nos recompensam. Lidar adequadamente com este perigo requer algum talento e vontade”, comentou.
Como exemplo, ele usou sua própria vida, relembrando os momentos em que conseguiu identificar pessoas que admirava e manobrar as que não se encaixavam nessa categoria, principalmente sem criticar ninguém. Deste modo, ele foi capaz de trabalhar com o tipo certo de pessoas na maior parte do tempo.
“Muitos empregadores permitirão isso se você for astuto o suficiente para resolver isso com algum tato. Geralmente, seu resultado na vida será mais satisfatório se você trabalhar com pessoas que você admira corretamente”, afirmou.
Segundo Munger, um interesse intenso por qualquer assunto é indispensável para aqueles que realmente desejam se destacar.
“Eu poderia me forçar a ser bastante bom em muitas coisas, mas não poderia me destacar em nada em que não tivesse interesse ou prazer intenso”, declarou, sugerindo que, se possível, as pessoas se esforcem para fazer algo pelo qual tenham intenso interesse, ao lado daqueles de quem gostam.
O bilionário também ressaltou a importância da assiduidade, que, para ele, significava: “Sente-se até fazer isso”.
“Tive parceiros maravilhosos, cheios de assiduidade, durante toda a minha vida. Acho que os consegui em parte porque tentei merecê-los, em parte porque fui astuto o suficiente para selecioná-los e em parte porque tive sorte”, acrescentou.
Fonte: Administradores