Limitações impostas podem atrapalhar crescimento real e prejudicar setores que poderiam se beneficiar da metodologia. Especialista aponta saídas para quem quer implementar o “hack”
Criado em 2010 por Sean Ellis, o termo Growth Hacking veio mergulhado de altos índices de crescimento, equipes heterogêneas e ações são criadas e insistentemente testadas.
O modelo, que aposta que a sustentabilidade, advém do crescimento enquanto processo. Baseado na criação frequente de ações com resultados positivos, tem na leitura e interpretação dos dados algo fundamental.
Algumas teorias, no entanto, acabaram tornando-se limitadas e atrapalham para que a metodologia seja implantada por mais empresas.
Muitas vezes o Growth Hacking é mal interpretado por causa do termo “hack” – associado a problemas cibernéticos. Na verdade o “hack” surge como um conhecimento profundo capaz de gerar mudanças e inovações.
As limitações e regras que alguns profissionais colocam em cima dessa prática podem assustar quem ainda não está por dentro de como funciona o growth na verdade. Mas não deve ser encarado como algo difícil.
Nem tudo é sobre a lógica dos dados. “O cliente é o foco e ele muda a todo momento. Portanto o growth precisa se adaptar a ele – ficar preso a um dado pode afundar a empresa”, conta Carolina Nucci CMO da Weme, em live realizada pelo Mundo do Marketing.
Veja abaixo cinco mitos que ela derruba sobre o Growth Hacking:
1- O foco é apenas em dado
Por mais que as empresas se concentrem na lógica dos dados e hacks, nenhuma se sustenta sem entender o cliente e sem se adaptar a ele. O foco continua sendo o que ele deseja e sente, por isso deve haver uma constância. Sem entender o cliente, um dado desatualizado pode afundar a empresa.
2- Apenas empresas de tecnologia podem implementar
É possível aplicar o Growth Hacking em negócios que não são de tecnologia. Um exemplo da Weme foi o case “Oba!”, que trouxe clientes que não eram o foco da empresa mudando alguns detalhes na marca que esse público desejava.
Uma varejista conseguiu transformar as vendas analisando dados utilizando a lógica da sua categoria – sortimento, apresentação, preço. O dado segue funcionado, o que muda é apenas a dinâmica.
3- São necessárias boas ferramentas
Dado é ouro, mas mensure e use o que tenha à mão. Mesmo que não haja uma ferramenta, o funil de vendas pode ser feito em papel – algo simples, mas feito pela Weme em seu primeiro case. Esperar tudo perfeito faz a empresa não sair do lugar.
4- Deve seguir apenas um caminho de crescimento
As formas mudam, o que parece certo hoje pode mudar amanhã. Se não buscar outros caminhos de crescimento, a probabilidade de quebrar fatores é alto. Por isso, novas estratégias e análises devem ser feitas constantemente buscando adaptar a marca ao cenário atual.
5- Foco nas vendas
É preciso que as equipes de Growth Hacking combatam os departamentos de propensão à venda. Focar em produto e vendas atrapalha a encontrar caminhos de crescimento, uma vez que limita as ações. A venda é uma consequência.
Por Priscilla Oliveira
Fonte: Mundo do Marketing