O Storytelling é um grande aliado na produção de conteúdo. Veja 5 princípios desta técnica que pode melhorar a sua estratégia e gerar mais resultados.
Vivemos na era dos conteúdos e do Storytelling aplicado a grande parte dos anúncios que vemos e com os quais nos cruzamos, sobretudo se estivermos a falar de conteúdos produzidos pelas grandes marcas da nossa praça.
Assim, há já alguns anos que está claro para todos nós que o conteúdo é o Rei…
Bom, se calhar esquecíamos esta história dos reis e das rainhas e das tentativas forçadas de hierarquizar monarquicamente os conteúdos, que é coisa que não acrescenta absolutamente nada à natureza do que está aqui a ser analisado.
Por isso, vamos abandonar a premissa do conteúdo ser o rei, a rainha, o príncipe ou o imperador e refazer esta frase.
Então, vivemos na era dos conteúdos publicados à velocidade da luz, isso sim… e até fica a frase mais curta. Portanto, ganhamos todos.
A loucura dos conteúdos a metro
Todos os dias, sem qualquer excepção, são publicados milhões e milhões de conteúdos que aterram na web única e exclusivamente por ser tão ridiculamente fácil e rápido de fazer e partilhar seja lá o que for.
Conteúdos a metro, no fundo. Tantas vezes produzidos “porque sim”, pensados mais como desabafos e reclamações do que como conteúdos de interesse público, ou pelo menos, de interesse do seu público.
Por oposição, ao vivermos num tempo em que nunca foi tão fácil partilhar conteúdos, vivemos igualmente num tempo em que nunca foi tão difícil fazer com que os nossos conteúdos sejam vistos e tenham relevância para o nosso público.
A dificuldade maior está, quanto a mim, em conseguir vestir o conteúdo com a roupa certa, o perfume adequado, e fazer com que este seja capaz de impressionar logo no primeiro encontro, no primeiro cruzar de olhares entre o leitor e o conteúdo que lhe estamos a entregar.
Não é fácil fazer com que quem está do outro lado sinta vontade quase imediata de querer mais, de saber mais, de aprofundar a relação, de voltar a entrar em contacto connosco, de ficar com o nosso número, ou até mesmo de marcar o nosso site/blog nos favoritos do browser que usa.
Storytelling, claro que sim. Mas porquê?
“The most powerful person in the world is the storyteller”
Costumo dizer aos meus alunos no curso de Storytelling que é extremamente importante que se comece o processo de produção/criação de conteúdo com um objetivo claro, o mais claro possível. E esse objetivo tem de passar sempre pela criação de conteúdos que interessem e façam a diferença na vida do nosso público alvo.
Nesse sentido, o Storytelling constitui de facto uma ferramenta poderosíssima para conseguir captar e reter a atenção de quem nos procura, de quem nos segue e de quem consome os conteúdos que produzimos, porque cria, quando a história é boa, uma empatia imediata com o público.
Contudo, para que isso aconteça é fundamental que se sigam alguns princípios ligados ao Storytelling que se revelam determinantes para o sucesso da empreitada.
As pessoas são o centro das histórias. Não há como fugir a isto. Mesmo que as histórias tenham no centro da ação, animais, serão sempre as pessoas a contá-las e a interação andará sempre em redor das mesmas, ou de animais com características humanas.
O público aborrece-se com facilidade. Nunca se esqueçam disto. Se a história não cativa, não interessa, não prende, o público vai-se embora e leva com ele… o sucesso que a história poderia ter. Por isso, quando estamos a contar uma história, seja em que formato for, é fundamental que pensemos que temos de manter o público constantemente interessado. E não precisamos de estar nus, ou constantemente a gritar ou a chamá-los para que nos ouçam.
Histórias despertam emoções. Têm de despertar. Se não o fazem é porque são histórias irrelevantes e que não acrescentam absolutamente nada a quem as está a ouvir/ver/ler, e isso, caríssimos, isso é a morte do artista.
As histórias não contam, mostram. Devem estar a pensar que perdi a cabeça. Nada disso. É precisamente isto que quero dizer. As histórias, sobretudo as que têm pouco ou nenhum suporte visual, têm de ser capazes de mostrar uma realidade paralela, têm de ser bem contadas ao ponto de permitirem a quem está do outro lado visualizar, criar uma imagem das personagens, das situações, dos diferentes momentos, sem nunca deixarem de prestar atenção ao fio condutor da mesma. Se uma história se limita a apresentar um conjunto enumerado de factos, então essa história deixa de o ser para passar a ser isso mesmo, um conjunto de factos que segue uma determinada ordem. E isto, isto não é uma história em parte nenhuma deste mundo.
As histórias têm de ter um significado claro. No final da nossa história, as pessoas têm de ser capazes de responder clara e inequivocamente à pergunta: “esta história era sobre quê?” Se esta resposta não for clara, ou for completamente impossível de dar, então só há uma explicação adjacente – a história foi mal pensada e mal contada. Se o nosso leitor ou ouvinte não conseguir responder de forma objetiva a esta pergunta, de nada servirá que tenham seguido os pontos 1, 2, 3 e 4.
As histórias que contamos só serão verdadeiramente apreciadas se conseguirem fazer a ponte com a realidade e com as vidas das pessoas que com elas interagem.
Esta é a principal razão que motiva o que vos vou dizer a seguir.
As pessoas não querem saber da nossa vida para nada, a excepção que confirma a regra acontece se dentro de alguma das nossas histórias existir algo que seja facilmente transportável para a vida delas, devendo idealmente ajudá-las a transpor algum tipo de dificuldade pela qual estejam a passar ou resolver algum problema com o qual não estejam a conseguir lidar.
Nesse sentido, cabe-nos a nós a dura e difícil missão de usar metáforas e estabelecer paralelismos entre aquilo que é a nossa vida e a vida das pessoas a quem estamos a contar a nossa história.
Por isso, se estiverem a pensar na típica jornada do herói, não se esqueçam em momento algum que essa mesma jornada não é a vossa e esse herói não são vocês.
De forma alguma. Se é para as pessoas que quer escrever é sobre elas que tem que escrever, é sobre elas que tem de se centrar a sua narrativa.
Não perca tempo a falar sobre a sua empresa, sobre o quão maravilhosos são os seus produtos, porque esse papel de avaliador não é seu, é dos seus seguidores e clientes.
É a eles que tem de caber o papel de avaliar o seu conteúdo, os seus produtos, a sua comunicação. E isto, isto não tem sequer discussão/debate possível.
O meu conselho para 2019 é exatamente este, no planeamento e execução dos seus conteúdos, nunca se esqueça dos 5 pontos de que lhe falei em cima.
Se o fizer, estará seguramente a contribuir para que a vida do seu público, da sua audiência, dos seus seguidores seja um lugar melhor.
Fonte: RD Station