O mercado de trabalho está em constante transformação e, após dois anos desafiadores em alguns setores, foi preciso acelerar algumas soluções que estavam estagnadas. Desde o início de 2020, o mercado de trabalho se deparou com novos regimes de trabalho, adesão ao trabalho remoto, trabalho mais flexível, uso de ferramentas tecnológicas e outros pontos ainda muito discutidos.
De acordo com Pedro Pezoa, CEO da Pointer, HRTech especializada em seleção de profissionais de alto nível no setor de tecnologia, 2022 não será diferente. “Tivemos um período bastante caótico no mundo corporativo, e agora é possível dizer que as coisas estão se acalmando, mas é preciso manter o senso de urgência para que as transformações continuem contribuindo para melhorar a saúde das empresas” explica o executivo.
O radar dos departamentos de Recursos Humanos, que precisou se adaptar ao trabalho completamente remoto, necessitou se reinventar para não perder a assertividade nas contratações. De acordo com o CEO, passou da hora de as empresas entenderem que processos seletivos longos são contra produtivos – e inúteis.
Diante de um cenário de transição, Pezoa lista as tendências de mudanças no mercado de trabalho para este ano:
Anywhere Office
Após um período em que muitos colaboradores passaram a trabalhar remotamente, o universo corporativo entendeu que é possível equilibrar produtividade com flexibilidade.
O colaborador passou a ter mais tempo livre, já que não havia necessidade de deslocamento. Empresas que estão adotando o anywhere office ou o modelo híbrido tendem a reter e manter mais funcionários.
Novas estratégias de recrutamento
Processos seletivos repletos de etapas e testes vão perder espaço neste ano. Este modelo de seleção é exaustivo e causa a desistência de excelentes profissionais que poderiam ser ideais para a vaga.
As empresas que otimizarem seus processos e apostarem na combinação entre a sua cultura e as expectativas do candidato, vão sair na frente e fazer contratações mais assertivas.
Employer Branding ativo
A reputação da empresa como marca empregadora tornou-se fundamental para a imagem corporativa há alguns anos, afinal, todos querem trabalhar em um local de boa reputação. Em 2022, ações que incentivam a liberdade dos colaboradores serão atrativas para novos candidatos.
Permitir uma rotina de trabalho flexível e apostar em tecnologias que tornam o trabalho assíncrono, sem a necessidade de os colaboradores estarem conectados em tempo real com a empresa, tornará a rotina de trabalho mais humanizada.
Soluções para reduzir o turnover
O desligamento precoce de funcionários é uma preocupação recorrente do RH, e com um mercado cada vez mais competitivo pela contratação de grandes profissionais, impedir a saída do colaborador com poucos meses de trabalho será prioridade nos próximos anos.
Para que isso aconteça, as empresas precisam mudar a forma de contratar e começar a alinhar a personalidade do novo colaborador com sua equipe e sua adaptação com a cultura da empresa, verificar se ele está de acordo com o grau de agressividade desta cultura, com a pressão por resultados e o tipo de concorrência interna são fundamentais.
Cuidado com a saúde mental
Desde o primeiro dia de janeiro, a síndrome de Burnout passou a ser considerada como doença de trabalho pela Organização Mundial da Saúde, causada por trabalho não administrado com sucesso, segundo a organização.
A classificação oficial do Burnout pela OMS acende o alerta para que as empresas distribuam melhor a carga de trabalho entre os colaboradores, passem a monitorar a saúde mental e se preocupem em criar um ambiente de trabalho saudável para todos.
Por Bruno Piai
Fonte: Rh Pra Você