No artigo Pioneiros, Condutores, Conciliadores e Guardiões (Havard Business Review, 2017), são expostos quatro grupos comumente observados nas equipes de trabalho, cada um deles com características, algumas distintas, outras bem semelhantes.

Pioneiro: valorizam talentos e promovem a imaginação na equipe, gerando grande quantidade de energia. Acreditam que a tomada de riscos é necessária, promovendo a adoção de ideias audaciosas e novas abordagens.

Guardiões: valorizam a estabilidade e organização, bem como o planejamento para uma “correta” execução. Dados e fatos são extremamente necessários, principalmente para uma tomada de decisão mais embasada.

Condutores: valorizam o desafio e possuem um foco acentuado para obter os resultados necessários na execução de um trabalho. Atacam o problema de frente, subsidiados com informações baseadas em dados e lógica.

Conciliadores: procuram trabalhar na manutenção dos relacionamentos e responsabilidades, se preocupando em chegar a um consenso, buscando ser diplomáticos.

Conforme referenciado pela prof.ª Carol Shinoda em seu livro Propósito de Vida (Benvirá, 2021), baseado na proposta de Luz e Sombras, e analisando a proposta dos autores do artigo da HBR, que fala sobre a necessidade dos líderes entenderem os pontos luminosos de cada membro e seu perfil, bem como entender o “resultado” destes pontos e, conforme vemos na citação da prof.ª, chamado de “sombra”. O líder então precisa propiciar um ponto de equilíbrio de forma que cada perfil, aparentemente oposto, posta contribuir com as características do seu ponto luminoso no ponto da “sombra” do seu par, de forma que um não ofusque o outro.

O interessante é que esta “sombra”, diferente do que estamos acostumados, não é necessariamente um defeito, mas uma consequência do ponto luminoso da característica de cada perfil, desta forma, o exemplo de trabalho em equipe de um Pioneiro, que valoriza a inovação e adoção de novas ideias, que contrasta com a necessidade de estabilidade e planejamento do Guardião, podem gerar um ponto em que um complementa o outro no que mais lhe falta, justamente pelas suas características mais evidentes.

É o benefício de alcançar o que os autores da HBR chamam de “Atrito produtivo”. Do mesmo modo, ele alerta para o efeito “cascata”, em que a predominância de um determinado perfil faça com que todo o grupo siga somente aquele tipo de comportamento. Para evitar este risco, recomendam promover uma gestão que vá de encontro ao perfil das minorias, visto que a divergência para mudar este cenário certamente se encontrará fora do perfil dominante do grupo.

Fonte:Administradores