Em um mundo cada vez mais interconectado, onde a informação flui livremente, a rejeição ao confronto de ideias tornou-se um fenômeno preocupante. A sociedade moderna, paradoxalmente, parece estar se fechando em bolhas de pensamento, onde o questionamento é visto como ameaça, e o diálogo aberto, franco e livre é substituído pela imposição do medo. Como Professor de Filosofia e Tecnologia, convido você a refletir comigo sobre esse fenômeno complexo e perturbador.

A Autoproteção e a Rejeição de Novas Informações

O ser humano, por natureza, busca proteger-se. Essa autoproteção pode se manifestar na rejeição de novas informações que desafiem suas crenças e valores existentes. A resistência a mudanças, o medo do desconhecido e a afeição pelo familiar podem levar a uma recusa em aceitar novas perspectivas.

Mas, o que acontece quando essa autoproteção se transforma em uma barreira ao crescimento e à compreensão mútua? O que perdemos quando nos fechamos em ‘nossas próprias verdades’ e recusamos a ouvir os outros?

A Intolerância ao Diálogo

A intolerância ao ‘diálogo questionador’ é uma manifestação preocupante dessa autoproteção. Ela leva à exclusão, ao desprezo e à marginalização daqueles que ousam questionar as normas estabelecidas. Essa intolerância não apenas sufoca a liberdade de expressão, mas também cria uma sociedade dividida, onde o medo substitui a empatia e a compreensão.

A imposição pelo medo não é convencimento, é coerção. Ela leva à violência, à intimidação e à criação de tiranos. Mas, por que os humanos parecem amar tanto os tiranos e sua filosofia de vida? Será que nos tornamos tão apegados às ‘nossas verdades’ que estamos dispostos a ‘sacrificar a humanidade’ pelo conforto de nossas crenças?

O Confronto de Informações: Uma Necessidade Sábia

O confronto de informações não é apenas saudável, é essencial para o crescimento intelectual e moral. Ele nos desafia, nos faz pensar e nos leva a uma compreensão mais profunda de nós mesmos e do mundo ao nosso redor. A ‘sua verdade’ não deve se esconder do questionamento, ela deve abraçá-lo.

A rejeição ao confronto de ideias não produz apenas a violência dos tiranos. Ela também cria cortinas de fumaça, obscurecendo ‘a verdadeira verdade’ e impedindo o progresso. “Até quando, ó insensatos, amareis a insensatez?” * Essa pergunta ecoa através dos tempos, desafiando-nos a refletir sobre nossas próprias ações e atitudes.

Conclusão: A Busca pela União e Paz

A sociedade precisa de diálogo, de questionamento e de confronto de ideias. Precisamos aprender a ouvir, a questionar e a refletir, em vez de impor, intimidar e excluir. A verdadeira sabedoria reside na capacidade de aceitar o desconhecido, de abraçar o diferente e de buscar a união e a paz através do entendimento mútuo.

A tirania do silêncio é uma ameaça à nossa humanidade. Ela nos divide, nos enfraquece e nos torna menos humanos. É hora de rejeitar a intolerância, de abraçar o diálogo e de buscar uma sociedade mais justa, compassiva e sábia. Afinal, não somos determinados pelo ambiente ou pelas ações de outros, temos o poder de escolher um caminho diferente, de sermos agentes de mudança e compreensão. A escolha é nossa.

Fonte: Mundo RH