Em meio à pandemia da Covid-19, Minas Gerais viu nascer 56.040 empresas no ano passado. O número é maior do que o registrado em 2019 (53.758), o que representa um crescimento de 4,2%.
Belo Horizonte também presenciou avanços nesse sentido. Enquanto em 2019 foram abertas 12.986 empresas, em 2020 foram, ao todo, 13.836, alta de 6,5%.
No entanto, a mesma tendência de incremento foi vista em relação ao fechamento de empreendimentos. Em Minas Gerais, no ano passado, 41.436 empresas deixaram de existir, apontando para um aumento de 5,5% na comparação com o ano anterior (39.260).
Na capital mineira, a alta foi de 2,5%, com 8.566 estabelecimentos fechados em 2020 frente a 8.350 em 2019. Os dados são da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg).
O presidente da entidade, Bruno Falci, salienta que o ano de 2020 foi completamente fora do padrão, com inseguranças relacionadas tanto à saúde quanto à economia. No entanto, mesmo em um cenário adverso, alguns segmentos se destacaram, o que ajuda a explicar a alta no número de abertura de empresas.
Falci ressalta que o e-commerce e empreendimentos ligados à área de informática e marketing digital, por exemplo, puderam presenciar alguns avanços, o que pode ter sido um estímulo para que empresários montassem negócios nesses ramos.
Além disso, diz ele, muitas pessoas que perderam o emprego durante a pandemia também optaram por ter o seu próprio empreendimento. “Às vezes, montam algo no mesmo ramo que trabalhavam anteriormente”, destaca.
Extinção – Na contramão de quem decidiu montar seu próprio negócio, muitos encerraram as suas atividades empresariais. Entretanto, apesar de mais portas terem se fechado em 2020 do que em 2019, Falci considera que os números poderiam ser ainda maiores, não fossem os estímulos governamentais.
Segundo ele, o incentivo do governo federal e a melhora do ambiente empresarial em Minas Gerais foram fundamentais nesse cenário.
Além disso, em 2020 houve um fator que contribuiu mais para que as empresas dessem baixa na Junta Comercial, segundo Falci, o que também ajuda a explica o número maior de extinções.
Em 2019, lembra ele, quando um empreendimento era desativado, era preciso pagar uma taxa para dar baixa, taxa essa que foi isenta no ano passado.
Desafios – O ano de 2020 foi de diversos desafios. No entanto, 2021 também requer muita cautela, de acordo com Falci. Um dos desafios será a ausência do auxílio emergencial, aponta ele.
Além disso, destaca o presidente da Jucemg, vários empresários já gastaram muito do que tinham antes.
“Muitos empresários pegaram uma pequena gordura e queimaram. Às vezes tinham um carro, uma economia, uma aplicação financeira, e gastaram. Vários fizeram empréstimos e agora terão de pagá-los”, salienta.
Ele lembra ainda que em Belo Horizonte, por exemplo, voltarão a funcionar somente as atividades essenciais, o que também é mais um desafio para os empresários, que, inclusive, já começaram o ano com contas a mais.
Fonte: Diário do Comércio