Em 2018, o número de empresas abertas em Minas Gerais cresceu 14% e, na outra ponta, as extinções aumentaram 26% em relação a 2017. Foram as empresas do setor de comércio e de serviços que mais foram constituídas ou fechadas no Estado no ano passado, o que é um reflexo de 80% das empresas mineiras pertencerem a esses dois segmentos.
De acordo com a Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg), em 2018 foram registradas 46,7 mil constituições, 14% de crescimento na comparação com 2017, quando foram constituídas 41 mil empresas no Estado. A abertura de empresas do setor de serviços representou 59,3% e a de comércio, 31,2%.
Já o fechamento de empresas em Minas chegou a 36,4 mil registros, contra 28,9 mil encerramentos em 2017, alta de 26%. O setor de serviços, com participação de 42,3% e o de comércio, com fatia de 48%, também dominaram a maioria dos processos de extinções.
Para o coordenador do departamento de Economia da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Guilherme Almeida, a predominância de empresas de serviços e do comércio tanto nas aberturas quanto nas extinções reflete o perfil empresarial do Estado.
“Percebemos que empresas de comércio e de serviços detêm aproximadamente 80% dos estabelecimentos formais no Estado, então é natural que a maioria dos processos de abertura e, consequentemente, de encerramentos sejam atribuídos a esses dois setores”, analisou.
Setores – Dentro do setor de serviços, as atividades médicas ambulatoriais (consultórios) foram o tipo de empreendimentos que mais abriram, com 1,1 mil registros, mesmo número de aberturas dos serviços de engenharia, seguidos pelo transporte rodoviário de cargas, com mil constituições.
No comércio, o destaque foi a abertura de lojas de roupas, com 1,2 mil constituições. Depois aparecem os restaurantes (1,1 mil) e lanchonetes, casas de chá e sucos com 948 formalizações. “Este resultado também coincide com os segmentos do comércio que têm mais estabelecimentos e que mais empregam em Minas Gerais”, pontuou Almeida.
Para 2019, o economista da Fecomércio-MG acredita que deve ocorrer uma expansão nas constituições e diminuição das extinções de empresas ante a expectativa de melhora da economia nacional. “Com a retomada da economia e do consumo das famílias, a saúde financeira das empresas deve melhorar e possibilitar maior vida para essas empresas”, disse.
Ainda assim, Almeida alertou que uma incerteza ainda ronda o ambiente econômico do País e de Minas. “O fator de incerteza que pode atrasar a recuperação e a manutenção do crescimento da economia é a dúvida se as reformas que precisam ser feitas serão. Isso mexe muito com a dívida pública, que está ligada ao comportamento de todos os agentes econômicos, tanto investidores quanto as famílias”, frisou.
Fonte: Diário do Comércio
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