Dona de alguns dos aplicativos mais relevantes para as práticas de Marketing Conversacional e Influência, como o Instagram e o WhatsApp, a plataforma Meta está desenvolvendo uma nova rede social baseada na interação a partir de textos curtos, vídeos e imagens – uma nova e mais poderosa alternativa ao Twitter.
Rascunhos do projeto em desenvolvimento exibem uma interface muito semelhante à do Instagram, que oferece recursos de navegação como os já conhecidos botões “gostei”, “comentar” e “compartilhar”. Dentro do modelo de publicações, os usuários poderão escrever textos de até 500 caracteres.
Além disso, o cadastro na nova rede social promete ser compatível com as contas já registradas no Instagram e os usuários serão capazes de importar informações já concedidas à Meta, como nome de usuário e lista de usuários bloqueados, por exemplo.
Segundo Lia Haberman, CMO, Consultora de Marketing e Professora de Marketing de Influência na UCLA, a expectativa é que o novo aplicativo da Meta seja lançado no final de Junho. Caso se concretize, a rede social irá integrar um rol cada vez maior de alternativas ao Twitter e trará mudanças significativas para o jogo do Marketing de Influência.
O desenvolvimento – e o possível lançamento – acontece em um momento de declínio do Twitter. Desde a compra da plataforma pelo bilionário Elon Musk, em Outubro de 2022, a rede social tornou-se protagonista de histórias vexatórias que ganharam a Internet, como a polêmica sobre o pagamento pelo selo de verificação e a demissão em massa de membros do corpo executivo.
Em meio às controvérsias, 60% dos usuários ativos do Twitter reduziram o tempo de utilização da rede social desde o ano passado, enquanto celebridades, jornalistas e outras figuras notáveis criticaram publicamente as novas diretrizes sob a gestão de Elon Musk.
Para muitos usuários, a solução foi migrar para redes sociais alternativas, como o Koo e o Mastodon. De olho nesse movimento, a alternativa da Meta planeja permitir a compatibilidade com algumas das plataformas que receberam parte do público do Twitter – o que deve impactar diretamente o trabalho dos criadores de conteúdo.
Peças-chave para a contínua popularidade do Instagram, os criadores de conteúdo movimentam boa parte do fluxo de postagens na plataforma. No Twitter, os chamados “power users”, usuários que utilizam a plataforma para ler e publicar posts todos os dias, representam 10% do público da plataforma, mas foram os responsáveis por 90% do total de tweets publicados e pela metade da receita global da empresa nos últimos anos.
Diante disso, a nova rede social da Meta tem a oportunidade de hospedar um público ativo, cada vez mais distante de sua casa original. Para David Schweidel, Professor de Marketing na faculdade de Negócios da Emory, caso consiga trazer para si estes criadores de conteúdo, a Meta poderá construir uma plataforma ativa, que aumentará a receita da empresa por meio das vendas de anúncios.
Schweide pontua, também, que a compatibilidade com redes sociais como o Mastodon tornaria a alternativa da Meta mais atrativa para criadores de conteúdo que abandonaram o Twitter e desejam alcançar públicos maiores, uma vez que o aparato da Meta é mais estruturado e mais chamativo em comparação à plataformas que ainda estão em formação.
O prometido lançamento da Meta deve rapidamente se juntar à competição dos canais digitais pelo mercado de Marketing de Influência. Mais que isso, a alternativa ao Twitter contará com toda a estrutura e o know-how de uma empresa cujos ativos dominam o jogo de influência no Brasil.
Em bate-papo com o Clube Mundo do Marketing, Bia Granja, CEO da YouPix, pontuou que 63% dos creators brasileiros têm o Instagram como principal rede de atuação. Só o tempo dirá se a nova rede social da Meta conquistará o mesmo espaço no coração dos influencers, mas de qualquer forma, a oferta de um novo canal, capaz de abrir as portas para um novo público, é algo a ser comemorado.
Fonte: Mundo do Marketing