Quantas vezes, tanto em minha rotina de trabalho, quanto em um processo seletivo ou uma análise de perfil, me deparo com pessoas que se sentem confusas, sem saber qual caminho e direção seguir na vida profissional. Seres humanos talentosos, mas com potenciais paralisados perante as dúvidas e incertezas da vida. Pensando sobre isso, trago uma reflexão sobre o autoconhecimento.
Primeiro, vamos ao conceito de autoconhecimento: conhecimento de si próprio, das suas características, qualidades, imperfeições, sentimentos, etc.
A arte de se conhecer é um dos maiores desafios para o homem. Mas, a falta dela, pode leva-lo para caminhos obscuros, errados, causando enormes frustrações para alma e mente.
Em minha rotina de trabalho, costumo fazer uma analogia da relação afetiva com a relação profissional. Elas se baseiam na mesma perspectiva onde escolhas mal planejadas causam profundos prejuízos emocionais.
Recentemente, lidei com uma situação durante um processo seletivo, onde o profissional demonstrou grande ressentimento por um caso que lhe ocorreu há mais de dez anos atrás. Na época, estava ativo em uma determinada empresa e recebeu uma proposta de emprego de outra organização, com uma remuneração mais atrativa. Portanto, diante da oferta, resolveu encarar o novo desafio. Por conseguinte, no dia anterior à admissão, a nova empresa lhe informou que a vaga tinha sido cancelada e, dessa forma, teriam que desfazer o acordo. Apesar de isso ter acontecido há um bom tempo, o sentimento de mágoa estava visível em sua face. E mesmo tendo prosseguido com sua carreira, eram aparentes os traumas deixados por essa experiência, que infelizmente, não foram totalmente tratados e curados. E pior, que ainda o atormentavam, gerando insegurança e instabilidade emocional.
Em um processo demissional, também percebo a necessidade de humanizar o máximo possível o desligamento. Procuro ressaltar as habilidades, as características positivas, a busca pelo autoconhecimento, de forma que o profissional consiga vislumbrar novas chances e voltar a ser produtivo e realizado.
Muitas vezes, a única forma de sair do abismo é buscando ajuda profissional para se reconstruir e voltar a se relacionar novamente, seja com um parceiro ou em uma organização. Essa terapia nada mais é que a busca pelo autoconhecimento.
No campo profissional, estar no lugar errado fazendo aquilo que não condiz com nossa essência, pode resultar em uma baixa performance. A falta de amor e aptidão pelo que estamos nos submetendo a fazer pode gerar a sensação de impotência e até mesmo incapacidade, associados ao baixo desempenho. O resultado disso é a frustração que nos assola, além do impacto negativo que fica na empresa que nos contratou. Situações como esta, pode nos paralisar emocionalmente, bloqueando a mente e nos impedindo de alcançar sucesso e satisfação pessoal.
E no âmbito afetivo não é diferente, uma desilusão amorosa ou um relacionamento com lesões, pode resultar em traumas que precisam ser tratados e curados, nos permitindo voltar a nos relacionar novamente, nos entregando por inteiro e ter uma relação saudável e confiável.
Por isso, o autoconhecimento é tão necessário para a vida de uma pessoa. Ele amadurece, transforma, abre caminhos e traz ressignificação para os traumas do passado. É importante que as ações gerem estímulos e prazer, satisfação em todas as práticas exercidas em qualquer área de nossa vida.
É preciso ter consciência de quem realmente somos, do nosso verdadeiro valor, assim, fica mais fácil interpretar e entender qual o sentido de nossas perdas, dos encontros, dos aprendizados, e perceber que às vezes é necessário se reiniciar, apagar os maus pensamentos, se adequar a uma versão mais atualizada e se preparar para os novos desafios.
É imprescindível que se permita passar pelo tempo do choro, do luto e depois perdoar, mudar a mentalidade, amadurecer, vencer as inseguranças. Só assim estaremos prontos para RECOMEÇAR.
Fonte: RH Portal
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