Embora o nível de cancelamentos de registros no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) tenha diminuído em julho na comparação com junho, o volume de quitação de dívidas continua crescendo no decorrer deste exercício na capital mineira. No acumulado do ano até o sétimo mês, a recuperação de crédito apresentou um crescimento de 1,61% frente ao mesmo período de 2016.
O saldo das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), disponibilizado pelo governo federal, foi o principal responsável pelos resultados.
De acordo com a economista da CDL-BH, Ana Paula Bastos, na comparação mensal houve queda de 0,42% na taxa de recuperação de crédito, significando que um número menor de pessoas conseguiu regularizar as dívidas. Isso ocorreu porque em junho foi liberado o último lote de saques do FGTS, que injetou um volume significativo de dinheiro na economia e possibilitou que muitas pessoas regularizassem seus débitos.
“Junho foi uma base muito forte de comparação. As pessoas aproveitaram a renda extra para organizar suas finanças e pagar suas dívidas. Além disso, como julho é mês de férias, muita gente destina sua renda, ou parte dela, para viajar”.
Já quando comparados os mesmos meses de 2017 e 2016 houve uma variação positiva de 3,43%. Mais uma vez, um dos principais motivos para esse índice foram os saques das contas inativas do FGTS. Da mesma maneira, no acumulado do ano até o sétimo mês, a recuperação de crédito apresentou um crescimento de 1,61%.
Nestes casos, conforme a economista, também contaram a desaceleração da inflação e as taxas de juros em patamares menores. “A inflação em 12 meses está em 2,71% e a taxa básica de juros (Selic) nunca esteve tão baixa. Enquanto no ano passado era de 14,25% ao ano, agora se encontra em 9,25%”, justificou.
Em termos de gêneros, as consumidoras de Belo Horizonte estão conseguindo pagar mais as suas dívidas que os homens. Em julho, elas foram responsáveis pela maioria (55,17%) dos cancelamentos de registros junto ao SPC da CDL-BH. Entre o sexo masculino, o percentual ficou em 44,83%, o que representa uma diferença de 23,07% a menos que as mulheres.
De acordo com Ana Paula Bastos, um dos motivos para isso é que o valor médio das dívidas do sexo feminino (R$ 1.272,06) é menor que a dos homens (R$ 1.593,60), segundo dados da pesquisa de Perfil do Inadimplente da entidade. “Os homens geralmente estão atrelados às compras de maior valor agregado, o que pode acarretar possíveis dívidas em longo prazo, caso não sejam cumpridos os pagamentos”, explicou.
Fonte: Diário do Comércio