Mesmo com a diminuição de medidas restritivas em combate ao coronavírus e a liberação total do funcionamento de lojas físicas, as vendas virtuais, definitivamente, vieram para ficar. Até mesmo empresas que não possuem suas próprias plataformas de comércio eletrônico mantêm a alternativa, dado os resultados alcançados desde o início da pandemia. Em Minas Gerais, mais de 70% dos pequenos negócios continuam usando as redes sociais, aplicativos ou a internet para negociar produtos e serviços.
A informação é da 13ª edição da pesquisa Impactos do coronavírus nos pequenos negócios, realizada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de (Sebrae) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV). A pesquisa ouviu 553 donos de micro e pequenas empresas (MPE) e microempreendedores individuais (MEI) em todo o Estado e revelou ainda que o Whatsapp foi o canal mais utilizado pelos mineiros, no final do ano passado, para as vendas on-line.
De acordo com o estudo, 88% dos mineiros afirmaram fazer uso do WhatsApp em suas vendas. Já o Instagram é utilizado por metade (54%) dos entrevistados, seguido pelo Facebook, com 36% de acesso para a finalidade de comercialização. Para o analista do Sebrae Minas, Júnio Enes, a facilidade proporcionada pelo aplicativo de mensagens instantâneas é o que o levou para o topo da lista.
“É de fácil manuseio para quem compra e para quem vende e é uma ferramenta muito popular. Quase todo mundo tem. Além disso, apenas 10% dos donos de pequenos negócios têm site próprio. Isso pode ser justificado pelo preço maior do investimento com a criação da plataforma, a necessidade de equipe maior e mais treinada, e ainda, a complexidade da logística, que requer mais atenção e esforço”, avalia.
A pesquisa revelou também que em relação às ferramentas digitais mais utilizadas pelas empresas mineiras estão: o WhatsApp for Business – a versão comercial do aplicativo (usado por 63% dos entrevistados) – e o Google Meu Negócio – 37% dos entrevistados tinham o perfil da empresa cadastrado na ferramenta do Google que disponibiliza informações sobre localização, horário de funcionamento, produtos, serviços, fotos e promoções do negócio.
Serviços pagos
Sobre a utilização dos serviços pagos, Enes chama atenção para a saúde financeira da empresa. Segundo ele, a orientação é que de 1% a 3% do faturamento seja destinado a ações de marketing, que incluem esse tipo de ferramenta. Mas ressalta que em momentos de crise como o atual, o ideal é que se priorizem divulgações orgânicas – ou seja, gratuitas.
De toda forma, o levantamento indicou que 35% dos entrevistados investiram em propagandas pagas no Google, Instagram ou Facebook. “Os anúncios nas redes sociais, se feitos de maneira assertiva e estratégica, podem potenciar as vendas e a comunicação nessas plataformas, gerando bons resultados para as empresas. Mas vale lembrar que mais do que vender, também é importante se relacionar e interagir com o cliente, garantindo uma conexão próxima e duradoura. O empreendedor que fica conectado e busca informação nunca vai perder venda”, garante.
Por fim, as ferramentas menos usadas pelos mineiros foram: Gestão de Relacionamento com o Cliente – CRM ou Customer Relationship Management (16%) e a automação de processos (12%).
Fonte:Diário do Comércio