A suspensão das atividades nos shoppings de Belo Horizonte para controle do novo coronavírus fez com que os lojistas dos malls buscassem novos canais de vendas para atender os clientes e reduzir os prejuízos.
As redes sociais, as vendas on-line e o delivery são as ferramentas mais utilizadas e a tendência é de que os canais, que não eram tão aproveitados por esse público antes da pandemia, continuem sendo utilizados mesmo após a retomada das atividades.
O gestor da Karita Calçados e Ideale Calçados do Minas Shopping, Marcelo Rolim, explica que, com o fechamento das oito lojas do grupo, distribuídas em todos os shoppings de Belo Horizonte, a alternativa foi buscar novos meios para manter as vendas e reduzir os prejuízos.
Há cerca de 60 dias, foram iniciados os contatos e os clientes são atendidos por Whatsapp e pelas redes sociais das lojas. Os produtos também são anunciados nos sites e redes sociais dos shoppings. As entregas são feitas em todo o País e, em Belo Horizonte, acontecem em cerca de 24 horas.
“Estamos utilizando todas as plataformas disponíveis para manter uma parcela das vendas. Até o momento, estamos conseguindo efetuar vendas que correspondem a uma das oito lojas que temos. Tínhamos o cadastro de vários clientes, estamos entrando em contato e fazendo a divulgação. Estamos conseguindo efetuar vendas, claro que não são equivalentes às vendas físicas, mas estamos trabalhando uma nova forma de atender os clientes”, destacou.
O plano, após a reabertura, é manter os atendimentos on-line. “Vamos continuar com as plataformas. Nós, empresários e clientes, teremos que entender que, se o funcionário está na loja com celular nas mãos, ele estará atendendo um cliente”, disse Rolim.
O contato pelas redes sociais e ligações para os clientes têm sido as opções adotadas nas lojas Prima Línea, especializada em móveis e produtos para casa, para manter o contato com os clientes e comercializar. A loja também está agendando horário para atender os clientes. O gerente da unidade Prima Línea do Shopping MinasCasa e do Minas Shopping, Paulo Frank Ribeiro Rocha, explica que as vendas estão menores, mas que é preciso inovar em meio à crise.
“As pessoas que vão investir em um móvel querem ver pessoalmente, analisar o conforto e as demais características. Estamos conseguindo fechar vendas, mas ainda são poucas”.
Para ele, o uso das mídias sociais será mais uma ferramenta para atender o cliente. “A vida é um eterno aprendizado. Não tínhamos nos adaptado à modalidade, estávamos na zona de conforto esperando os clientes nas lojas. Agora, toda ferramenta disponível será importante, porque além de estarem com poder de compra menor, as pessoas estão mais receosas”, afirmou.
Alimentação – O uso das redes sociais e aplicativos de entrega de comida foram fundamentais para que a proprietária da loja Cacau Show do Shopping Cidade, Rose Mary Rodrigues, reduzisse o prejuízo causado pelo fechamento do empreendimento. A empresária contratou profissionais para desenvolver o Instagram da loja e também para criar um aplicativo de vendas, o que foi considerado essencial para o bom desempenho na Páscoa.
“O fechamento do shopping foi um momento desafiador e tivemos que nos reinventar e utilizar as redes sociais, como Whatsapp, Instagram, aplicativos de entrega de comida e Facebook para vender. Não utilizamos essas ferramentas atendendo às regras da franqueadora e, de uma hora para outra, tivemos que adotar a nova modalidade. Com um mailing de clientes, passamos a entrar em contato e oferecer os produtos com delivery. Tivemos uma receptividade muito boa da clientela, que comprou”, avaliou.
Ainda segundo Rose, o Shopping Cidade também disponibilizou, no site, espaço para a divulgação das lojas que estão com atendimento remoto. “Precisamos entender que nada será como antes, será preciso adaptar para sobreviver. Vamos adotar as ferramentas mesmo após a reabertura, serão mais opções de atendimento. A cada dia, vamos melhorar a comunicação para conseguirmos superar a crise e retomar as vendas”.
A gerente de marketing do Shopping Cidade, Carolina Vaz, explica que, desde que os shoppings foram interditados, começou a busca por soluções que poderiam ajudar o lojista, e uma das alternativas foi utilizar as redes sociais do mall para anunciar as lojas, produtos e os contatos.
“Tivemos um boom de vendas na Páscoa e demos oportunidade a todos os demais setores para que os produtos e os contatos fossem postados no Instagram, Facebook e no site do shopping. A adesão foi boa, com mais de 50 lojas participando, fora o delivery de comida. Claro que o desempenho não é o mesmo gerado com as lojas físicas abertas, mas é um apoio que oferecemos ao lojista para que ele supere este momento”, disse Carolina.
Fonte: Diário do Comércio
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