O mundo mudou e as pessoas mudaram, mas as empresas ainda têm dificuldade em sua gestão de talentos, dificuldades em lidar e reter aqueles colaboradores que demonstram bons desempenhos e tem oportunidades de avançar na empresa, mas que também tem como valores conciliar a vida pessoal e profissional.
Ainda há nas empresas estruturas rígidas em relação a trajetórias para os cargos de liderança, missões com prazo determinado e ideias antiquadas sobre ambição. Muitas empresas ainda impõem a seus colaboradores, principalmente aqueles que estão em trajetória para assumir os postos mais altos das organizações, que estes assumam várias funções ou percorram diferentes divisões da empresa, o que, muitas vezes, significa vivenciar várias mudanças de cidade ou mesmo de pais.
Contudo, atualmente as pessoas se preocupam com sua qualidade de vida, com a carreira do parceiro e tem outros projetos pessoais, o que faz com que queiram avançar na carreira, mas sem prejudicar esses outros aspectos. Mesmo diante de momentos de crise econômica e de falta de emprego, percebemos que os profissionais do século XXI, estão em busca não só de uma boa remuneração e um plano de carreira, mas de empregos em que consigam ter qualidade de vida, conciliando aspectos pessoais e profissionais. Além disso, trabalhar com aquilo que gosta tem sido uma prioridade para os profissionais das novas gerações.
Hoje, não é raro encontrar profissionais que, diante de uma proposta para assumir um novo posto em outra cidade ou mesmo assumir um cargo com mais responsabilidades, avaliam não só o que isso pode agregar a sua carreira, mas também os impactos que isso causará na sua rotina e no seu convívio familiar.
Os profissionais, além de estarem muito mais preocupados com uma rotina saudável que inclua tempo para praticar atividades físicas, ou seu hobby favorito, e que preserve um tempo para o lazer e o convívio social, buscam conciliar suas carreiras às de seus conjugues e, muitas vezes, também dividem as tarefas domésticas e os cuidados com os filhos. Assim, para reter esses profissionais de alto potencial, as empresas precisam considerar a pessoa como um todo e adotar novas estratégias para gerenciar e desenvolver talentos.
Por mais que não reconheçam, a maioria das empresas ainda adotam uma gestão de talentos engessada, que não leva em consideração as aspirações pessoais dos colaboradores e não veem com bons olhos, por exemplo, aquele colaborador que sai todo dia no seu horário ou que demanda trabalhar em horários flexíveis. Esse cenário acaba dificultando o recrutamento e leva, muitas vezes, a perda de colaboradores com alto potencial e em quem as empresas investiram.
Para desenvolver uma gestão de talentos mais alinhada aos tempos atuais e aos objetivos pessoais dos colaboradores e consequentemente reter os melhores profissionais, as empresas precisam investir em aspectos como:
1. Mudança na cultura organizacional
Além de reformular sua estratégia de gestão de talentos e buscar alternativas para tornar mais flexível o processo de desenvolvimento de seus profissionais, é necessário que a empresa avalie se sua cultura organizacional não reforça a ideia de que os colaboradores que se preocupam em conciliar sua vida pessoal e profissional são menos engajados ou que devem resolver por si próprios suas “questões pessoais”, como conciliar seu desenvolvimento na carreira com a de seu parceiro. Um meio que as empresas podem atuar para mudar sua cultura organizacional é ensinar aos líderes seniores como funciona o talento contemporâneo e as melhores maneiras de atrai-lo e estimulá-lo;
2. Ter claro o que é necessário para alcançar o desenvolvimento e o avanço profissional para assumir cargos de liderança na empresa
É necessário que a empresa consiga mapear quais habilidades, experiências e redes de contato um futuro líder precisa adquirir, preocupando-se em como esse profissional pode desenvolver essas habilidades, sem necessariamente precisar realizar diversas mudanças geográficas. Para isso, a empresa pode utilizar como estratégia oferecer aos seus talentos mais promissores missões de curto prazo, trocas de emprego entre colegas e experiências de liderança remota e, naqueles casos, em que é realmente necessária uma mudança geográfica, auxilio na recolocação profissional do conjugue.
Fonte: Blog RH
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