Autora de livro sobre como empresas podem ampliar o espaço de funcionários com filhos dá dicas práticas para torná-los mais produtivos (e felizes) num mundo de trabalho em qualquer lugar.
Pais que trabalham vêm enfrentando dificuldades ultimamente, com ondas de interrupções na educação dos filhos, atividades extracurriculares e sistemas de apoio familiar. Isso criou uma oportunidade para que empregadores façam mais — e obtenham ganhos de produtividade em troca, diz Daisy Dowling, CEO da Workparent, consultoria que assessora funcionários e empresas nos Estados Unidos. “Muitos de nós corremos feito loucos por muito tempo, e uma grande porcentagem de pais está pensando em procurar um novo emprego”, diz.
Em seu novo livro Workparent: The Complete Guide to Succeeding on the Job, Staying True to Yourself, and Raising Happy Kids (Pais que trabalham: Um Guia Completo para se ter sucesso no emprego, mantendo-se fiel a si mesmo e criando filhos felizes), ela diz que o objetivo do livro é ajudar os pais a equilibrar seus desejos de estarem envolvidos na vida dos filhos e focados no trabalho. Aqui estão suas recomendações para empregadores:
Concentrem-se na experiência do dia a dia
Programas e políticas são ótimos, mas oferecer flexibilidade e limites razoáveis nas práticas diárias é o que mais importa. “Não altere a política de licença parental repetidamente”, diz ela. “Pegue essa energia e direcione-a para a experiência do dia a dia, onde é possível se obter um grande impacto sem gastar muito.” As práticas são simplesmente o que se pede e se espera que gerentes e colegas façam, como permitir trabalhar de madrugada, ou encorajar a folga, e permitir que se desliguem em horários determinados.
Promovam a conexão entre colegas
Um teste decisivo: um pai ou mãe pode conseguir rapidamente uma informação para: “Ei, alguém do grupo já usou esse serviço de babá?” Se não, uma listinha desses serviços de outro pai ou mãe também pode ajudar. Dowling também incentiva a orientação entre colegas — e não apenas quando os pais retornam da licença-maternidade ou paternidade, mas sempre que necessário, como após uma promoção ou novas responsabilidades.
Informe com clareza sobre as horas de folga
A maioria dos gerentes pensa ter comunicado isso, mas, às vezes, as regras não muito são claras, “então, estamos todos neste tipo de constante hiper vigilância, e isso é esmagador para os pais”, diz Dowling. Tentem algo mais ou menos assim:
“Veja só, você vai receber um monte de e-mails meus entre 21h00 e 22h00, mas eu não espero que você leia isso até amanhã cedo”.
“Você está totalmente fora do expediente até às 9h00 da manhã. Não há necessidade de ligar seu telefone comercial antes disso”.
“Eu sei que férias com crianças nem sempre são sinônimo de descanso, então, neste mês, tente tirar um dia de folga enquanto as crianças estão na escola.”
Crie metas tangíveis
“Todo pai que trabalha tem uma lista de tarefas que pode chegar a lua e voltar e nunca diminui”, diz ela. “Gerentes inteligentes dão feedback como, ‘Fizemos progresso neste projeto nas últimas três semanas’ ou ‘Estou muito satisfeito(a) com a forma como você conseguiu melhorar este documento’. ” O sucesso gera motivação; correr no lugar em uma esteira, não. Crie a educação pré-parental.
Os futuros pais veem as manchetes sobre o inferno que os pais estão passando e estão preocupados. “Em todos os seminários que faço para empresas, aparecem pessoas que ainda não tem filhos”, diz ela. Normalize o tópico para todos. Um dos clientes de Dowling, um escritório de advocacia, adicionou uma sessão de uma semana de treinamento para associados de verão sobre apoio à família, com um painel de pais.
Faça políticas neutras em termos de gênero
As políticas de licença parental geralmente oferecem termos diferentes para mães, pais e familiares que os apoiam. Em vez disso, crie uma política unificada para todos. Comunique os benefícios.
Um aspirante a pai LGBTQ da sua empresa estaria ciente sobre o programa de apoio para cuidados infantis? Ou isso é principalmente divulgado através da rede feminina da empresa? “Muitos programas e políticas são empacotados de uma forma que atrai um grupo de pais em detrimento de outro”, diz ela. A simples eliminação dos obstáculos aos benefícios existentes é uma solução de baixo custo e alto impacto.
Adicione dias familiares
A pesquisa de Dowling mostra que os pais desejam o contato diário com seus filhos, como ser motorista do carro que leva as crianças para a escola ou levar o time para tomar um sorvete depois do futebol. Oferecer tempo livre para fazer essas coisas pode ajudar muito. “Eu adoraria ver isso instituído em todas as grandes empresas”, diz ela. “Isso permitiria às pessoas liberdade real para ir junto ao dentista das crianças ou assistir ao teatrinho da escola — itens de baixo custo e pouco drama.”
Fonte: Exame