O comércio online está atraindo um número cada vez maior de consumidores em Belo Horizonte. Pesquisa divulgada na semana passada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), referente a novembro, indica que 54,6% das pessoas que têm acesso à internet compraram por esse meio. Com relação a igual mês do ano passado, quando o índice era de 43,8%, houve aumento de 10,8 pontos percentuais. Por outro lado, o número de comércios da capital que praticam vendas pela internet – 22,1% – vem mostrando estabilidade.
Economista da Fecomércio-MG, Guilherme Almeida acredita que a característica cultural do comerciante mineiro, que normalmente mostra cautela com novas modalidades de mercado, dificulta a adesão às vendas pela internet. Para ele, o cenário de recessão também pode ter contribuído para a estabilidade na adesão do comércio às vendas via internet. “Muita gente engavetou os projetos”, analisa.
Segundo o economista, antes de aderir aos meios eletrônicos de vendas, os empresários devem fazer análises para não acabar tendo prejuízos ou mesmo prejudicando o negócio tradicional. “É uma decisão muito particular. Não adianta querer entrar em um nicho só porque é promissor”, diz. De qualquer forma, a indicação de Almeida é que os comerciantes usem a internet para, pelo menos, realizar propagandas. A pesquisa da Fecomércio-MG aponta que as redes sociais influenciam nas compras de mais de 60% dos consumidores da capital.
Ele ressalta ainda a tendência crescente do perfil do consumidor omnichannel, ou seja, que se utiliza de meios físicos e virtuais para efetuar suas compras, sem estabelecer fronteiras entre os dois. Dessa forma, por exemplo, ele faz a compra pelo celular, mas retira o produto na loja física. O estudo apontou que, na Capital, 72,3% das lojas virtuais estão integradas às físicas e 78,4% estão preparadas para funcionar em dispositivos móveis.
A pesquisa apontou que 49,9% das empresas possuem site e 12,4% pretendem criar uma plataforma online. Os que não têm interesse em ter site são 11,9%. Os demais não responderam. Aqueles que não pretendem entrar no mercado on-line apontam como principais motivos o ramo de atuação (55,1%) e falta de planejamento/conhecimento (31,9%).
Comerciantes já atuantes nos meios eletrônicos apontam como canais mais usados nas vendas as redes sociais (65,3%) e os sites de busca (38,8%). O principal meio de pagamento para vendas na internet é o cartão de crédito, aceito por 87,8% dos comerciantes e utilizado por 77,5% dos consumidores.
Por região da cidade, a campeã em adesão do comércio às vendas on-line é a Centro-Sul, com índice de 41,6%. Em seguida estão: Norte, 33%; Pampulha, 23,6%; Venda Nova, 20%; Oeste, 20%; Noroeste, 9,5%; Barreiro, 8,7%; Leste, 7,1% e Nordeste, 6,4%.
Segmento – No recorte por segmento, o campeão é móveis e eletrodomésticos, com adesão de 40% do setor. Em seguida estão artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, 37%; equipamentos e materiais para escritório, informática e de comunicação, 27,8%; tecidos, vestuário e calçados, 27,4%, entre outros.
O percentual de venda online em relação ao total ainda é tímido: em 66,7% das lojas, ele se limita a 10%. A pesquisa apontou ainda que 79,6% das empresas vendem para outros Estados; 10,2% das empresas vendem para outros países.
Fonte: Diário do Comércio