Quase metade das organizações entrevistadas pela Robert Half para o 16º ICRH praticam a contratação por projetos.
Não tenho dúvidas de que profissionais de projeto são a solução estratégica para momentos desafiadores. Porém, mais do que isso, esse modelo de contratação é uma tendência do mundo corporativo bastante madura na Europa e nos Estados Unidos e praticada por, pelo menos, 49% das organizações entrevistadas pela Robert Half durante a sondagem do 16º ICRH. Além disso, é considerada uma experiência positiva por 84% dos profissionais de projetos questionados no mesmo estudo.
Felizmente, noto que as empresas brasileiras estão cada vez mais cientes de que não há necessidade de inflar o quadro de colaboradores permanentes para resolver uma demanda de trabalho emergencial ou programada, com data para início e término. Essa iniciativa, além de otimizar os investimentos e custos da companhia, ainda agrega mais agilidade aos processos internos, tendo em vista que as ações são desenvolvidas por especialistas que, fazendo uma analogia bastante simples, entram na rotina das organizações para trocar o pneu com o carro em movimento.
Geração Z é a mais adepta ao modelo de trabalho e busca de flexibilidade
Composta por profissionais nascidos a partir de 1998, a Geração Z tende a ser altamente criativa e ter necessidade de fazer contribuições relevantes desde o primeiro dia de trabalho. Em virtude dessas características, não é surpresa que eles sejam apontados como os mais adeptos ao trabalho por projetos. Essa atração se dá prioritariamente pela demanda desses jovens pela flexibilidade, pelo pouco apego às empresas e pela valorização do propósito. É importante destacar que essa é a mesma geração que valoriza empresas éticas e a gestão horizontal. Mas é fundamental destacar que, em projetos, há oportunidade para profissionais de todas as gerações.
Geração Y: miram leque de vantagens na contratação por projetos
Os profissionais pertencentes à geração Y, nascidos entre 1981 e 1997, são mais propensos a atuar por projetos por quatro fatores prioritários: experiência acumulada na carreira; adaptabilidade; demanda por flexibilidade; e por ser um caminho mais curto para se manter no mercado de trabalho. Em geral, eles valorizam hierarquias menos rígidas e acreditam que a organização precisa se adaptar ao indivíduo, e não o contrário.
Geração X: a busca pelo acúmulo de experiência é o principal atrativo
As pessoas nascidas entre 1961 e 1980, integrantes da Geração X, foram as primeiras a pensarem que “a empresa não é tudo”. Em geral, para esse grupo, a hierarquia deve existir, porém de uma forma menos rígida. Essa geração também é caracterizada por profissionais comprometidos e consistentes. No modelo de trabalho temporário, esse grupo é mais propenso a atuar pela experiência acumulada.
Baby Boomers: desejam desfrutar de mais qualidade de vida
Conhecidos por apreciar a estabilidade e passar muitos anos na mesma empresa ou, até mesmo, no mesmo cargo ou área, os baby boomers, nascidos entre 1946 e 1960, têm a qualidade de vida como o principal fator para atuar em projetos.
Considerando o aumento da expectativa de vida e a longevidade da carreira das pessoas, a tendência é que as equipes de trabalho – permanentes, de projetos e mistas – sejam cada vez mais diversificadas também quanto à variedade de gerações. Nesse sentido, o desafio dos RHs está em estimular o time a superar os possíveis estereótipos e orquestrar os diferentes perfis extraindo o melhor de cada profissional.
Todos têm a ganhar com essa união de forças. Não tenho dúvidas quanto a isso.
Fonte: Exame