Existe uma pergunta clássica feita durante entrevistas de emprego que é: “onde você se imagina daqui 10 anos?”. No início da minha carreira, recebi este questionamento em alguns processos seletivos que participei e não me passava pela cabeça que a resposta certa, no meu caso, seria completar quase 30 anos na mesma empresa.
Ao invés de procurar árvores mais altas, escolhi priorizar o desenvolvimento em uma mesma empresa. Recém-formado em Engenharia Industrial, minha trajetória profissional na Kellogg começou como assistente de marcas na Colômbia e, do meu galho, sempre mantive os olhos abertos para possibilidades em outras áreas — algumas, inclusive, que me levaram a quebrar barreiras culturais migrando para Venezuela, Guatemala e México, antes de aterrissar no Brasil.
Busquei oportunidades que fortificassem minhas raízes para me tornar um especialista na indústria alimentícia e, anos mais tarde, CEO. Me perguntava, e sigo com o mesmo mindset de correr atrás de conhecimento interno e externo. Por exemplo: quais parcerias sua empresa tem com instituições de ensino para desenvolver talentos internos?
O incentivo para evoluir vem da cultura organizacional de possibilidades, que dá o suporte necessário para elevar seus colaboradores à mesma oportunidade, garantindo que as barreiras tangíveis e intangíveis sejam eliminadas para que todos alcancem seu potencial máximo dentro de uma posição ou organização.
Quantidade vs qualidade sempre foi uma temática importante no ambiente corporativo e ela parece ganhar ainda mais tração com a entrada da geração Y no mercado de trabalho. Estima-se que os millennials migrem, em média, de 15 a 16 empregos ao longo da sua carreira, de acordo com a Future Workplace. Nesse cenário efêmero, me pego refletindo se realmente é necessário pular de galho em galho para chegar até a copa
Sim, as folhas caem e as estações mudam. Ou seja, o perfil do mercado de trabalho não é mais o mesmo e segue em constante adaptação. Ainda assim, aos que estão começando a florescer na trajetória profissional – especialmente às novas gerações – deixo minha reflexão: cultive a resiliência e se permita criar raízes, desenvolvendo a capacidade de se reinventar. Diferente do que diz o ditado, nem sempre a grama do vizinho é a mais verde.
Fonte: Mundo RH