Para administrar um empreendimento com excelência é preciso se familiarizar com alguns termos corriqueiros. Isso pode envolver diversas áreas, como a contabilidade, o marketing, a administração, entre outras. E dentro da área de contabilidade estão alguns dos termos que mais geram dúvidas, como demonstração contábil e financeira.
Hoje, queremos chamar a atenção para esses dois termos. Entendemos que o seu domínio é de grande importância para conseguir realizar a gestão da parte financeira do seu negócio. Para isso, é primordial monitorar a saúde do negócio, além, é claro, entender sua importância legal.
Por isso, a seguir vamos explicar o que é preciso saber sobre demonstração contábil e financeira. Vamos falar da importância desses demonstrativos, para o que eles servem e as principais informações que neles devem constar.
Demonstração contábil e financeira: qual é o termo correto?
Embora os termos sejam diferentes, não podemos dizer que um deles está errado. O que acontece é que existe uma certa confusão por parecerem dizer a mesma coisa.
A princípio, vamos separá-los da seguinte forma: a demonstração contábil está relacionada aos documentos oficiais que devem ser apresentados perante às autoridades do Fisco para comprovar a regularidade da empresa. Já a demonstração financeira está mais ligada aos documentos e demonstrativos que retratam a situação da empresa.
Embora a demonstração financeira possa se valer de documentos utilizados na contábil, ela não tem valor legal oficial. Assim, os documentos que ela engloba não podem ser todos validados em uma demonstração legal.
Importância e utilidade: por que se preocupar com a demonstração contábil?
Como abordado no tópico anterior, a demonstração contábil é a reunião de documentos estabelecidos pela legislação. Estes são determinados pelas Normas Brasileiras de Contabilidade e pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis e, em alguns casos (principalmente de empresas que seguem o regime de tributação do Lucro Real), devem ser apresentados perante o Fisco.
No entanto, ter registrados os documentos de demonstrativos contábeis pode ser essencial para algumas empresas na hora de solicitar empréstimos e financiamentos. Isso porque, na maioria dos casos, é preciso que a empresa demonstre sua capacidade de arcar com as prestações.
Dependendo da área de atuação, até mesmo para conseguir negociar com fornecedores, é fundamental ter em mãos os documentos do demonstrativo contábil.
Além disso, o acompanhamento da situação contábil e financeira da empresa é crucial para que os gestores tomem as decisões mais importantes com base em dados e estratégias empresariais planejadas. Com o acompanhamento é possível monitorar o fluxo de caixa, o pagamento de impostos e os resultados dos investimentos.
Informações e documentos: o que deve constar nos demonstrativos?
Para realizar a demonstração contábil, existem alguns documentos diferentes que podem desempenhar essa função. A seguir falaremos dos principais: o Balanço Patrimonial; a Demonstração de Resultado de Exercício; e a Demonstração de Fluxo de Caixa.
Ressaltamos aqui que apenas a verificação dos dados e informações não configura uma boa gestão contábil ou financeira. A boa gestão deve ir além, analisando as informações e dados criticamente. Dessa maneira, é possível realizar a proposição de objetivos e metas a serem atingidas, por exemplo. Além disso, pode até mesmo realizar previsões para a empresa.
Entre outras, os documentos citados vão incluir, de modo geral, as seguintes informações:
Vamos então falar sobre os documentos em si, e quais são as informações mais importantes que cada um vai evidenciar. Confira!
Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial é o demonstrativo contábil mais difundido. Nele, vão ser agregadas resumidamente informações sobre todos os ativos e passivos da empresa. Ou seja, todos os bens e direitos a receber, como também as dívidas e obrigações com terceiros.
Normalmente, os ativos são divididos entre circulantes e não circulantes. A diferenciação entre as duas categorias se dá no prazo de liquidez. O ativo circulante é ligado aos valores a serem recebidos dentro do exercício financeiro em vigor. Já o não circulante está ligado aos direitos a serem recebidos em longo prazo.
Nos passivos são registradas as informações acerca das obrigações financeiras da empresa com terceiros, como parcelas a pagar aos fornecedores e empréstimos. Da mesma forma que ocorre com os ativos, os passivos são categorizados como circulantes e não circulantes.
Além das informações citadas, o Balanço Patrimonial também deve registrar as informações sobre o Patrimônio Líquido, onde deve ser explicado qual é o capital social da empresa, sendo esse o investimento inicial dos sócios e suas reservas de lucro.
Demonstração de Resultado de Exercício (DRE)
Enquanto o Balanço Patrimonial demonstra qual foi a evolução da empresa a respeito dos bens adquiridos e suas obrigações financeiras, o DRE vai mostrar qual é a situação e a relação entre receitas e despesas dentro do período de um ano.
Para simplificar, imagine que o Balanço Patrimonial de uma pessoa física demonstra a situação dos seus bens, enquanto o DRE demonstra quais foram os gastos e receitas relativas a um ano.
O DRE é estruturado da seguinte forma: a parte superior deve mostrar a receita bruta, enquanto o resto do demonstrativo vai listar todas as deduções na receita (impostos, pagamentos aos fornecedores, parcelas de empréstimos, contas etc.), até que se chegue ao lucro bruto da empresa.
Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC)
O DFC, como o próprio nome sugere, é um demonstrativo preocupado em informar sobre todas as entradas e saídas do dinheiro que circula no caixa da empresa durante um ano.
A maior utilidade desse demonstrativo é informar de forma clara como a empresa tem empregado seus recursos. Pagamento de dívidas, compras com fornecedores e contas a pagar são algumas das informações obrigatórias no DFC.
Fonte: Jornal Contábil
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